Capítulo 67

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Karina asustou-se quando a porta da entrada de sua casa foi aberta de forma abrupta, ela não conseguiu evitar que um grito de surpresa escapasse de sua garganta devido ao susto, porém calou-se de imediato quando um dos homens encapuzados que invadiram sua sala, apontou uma arma de grosso calibre em sua direção, com o coração aos pulos e o corpo trêmulo, ela levantou as mãos permanecendo sentada no sofá, ela não podia se levantar, pois o notebook estava em seu colo e fazer qualquer movimento brusco ou ao menos uma menção de movimento poderia custar sua vida, além disso os homens falavam entre si numa língua que ela não conseguia entender.

 Ao todo uns seis homens invadiram sua casa, e uns dois ou três homens subiram as escadas enquanto o restante ficou na sala a vigiando, logo em seguida vários barulhos de pancadas foram ouvidos, era como se algo tivesse sendo jogado no chão do andar de cima, mas na verdade eles estavam arrombando uma porta, logo em seguida foram ouvidos os gritos de horror vindos do quarto de sua mãe, não demorou muito e os homens desceram as escadas a puxando pelos cabelos.

Ela fechou os olhos quando sua mãe foi jogada no chão como se fosse um saco de batatas, o tempo todo, Karina mantinha o olhar baixo pois tinha medo de ser morta se olhasse para qualquer um deles, ela estava tão asustada que nem sequer percebeu que os homens tinham um conhecimento detalhado da casa, nem que eles sabiam o horário perfeito para encontrá-las sozinhas em casa. Um dos homens que era extemamente alto aproximou-se dela e agachado a sua frente, falou com um sotaque carregado.

_ Não machucamos pessoas inocentes por isso vou te dar uma única chance, você escolhe, fugir sozinha ou ficar e morrer junto com a sua mãe! Ele era muito alto,forte, tinha olhos verdes pentreantes e uma voz tão grave que apesar de estar aparentemente calmo, sua voz soou tão asustadora que causou calafrios em Karina.

Ela olhou para a mãe que estava completamente em pânico, Evangeliny estava obviamente tão chocada quanto ela com a situação, porém Karina estava ainda mais confusa, ela não fazia ideia do que estava acontecendo, nem por que aqueles homens estavam alí, mas por alguns instantes ela olhou fixamente para a mãe buscando qualquer vestígio de algo que lhe fizesse sentir que valia a pena ficar alí e morrer ao lado de Evangeliny, porém não encontrou nenhum, em toda sua vida aquela pessoa foi apenas a mulher que lhe deu a luz, Evangeliny nunca soube agir como uma mãe, nem fez questão de aprender a ser uma,mesmo assim ela disse.

_ Mesmo que ela nunca tenha agido como uma, ela é minha mãe a única que eu tenho, não posso abandoná-la... Um ruído escapou de sua garganta enquanto as lágrimas rolavam por seu rosto, ela olhava fixamente para a mãe. _ Mesmo sabendo que ela nunca faria o mesmo por mim, ainda sim não posso abandoná-la! Diante de tal situação o homem ergeu-se mostrando o quão alto ele era,então tirou o notebook do colo dela com uma delicadeza que a surpreendeu a segurando pelo braço, então a ergueu se esforço algum.

  Karina apenas parecia uma marionte sem vontade, que seria levada para qualquer lugar, os homens conduziram tanto ela ,como sua mãe para fora as colocando dentro de um furgão, ela tiveram pés e mãos atados, bem como os olhos vendados e a boca amordaçada. Eles não perceberam, mas no momento em que ambas foram tiradas de casa, Miguel que estava escondido entre os arbustos do jardim observava elas serem levadas.

  _ Mas que droga! Ele não perdeu tempo algum, entrando na casa, ele procurou por qualquer coisa de valor que podesse vender, estava sem dinheiro, sem casa e até mesmo seus documentos falsos haviam sido destruídos com o fogo, as restrições impostas pelo governo Monegesco contra ele o impedia de deixar Mônaco por meios legais, por isso tentaria deixar o país em um navio cargueiro que deixaria o país naquela noite, porém precisava de dinheiro para subornar os marinheiros.

  Vasculhando a casa da irmã ele não conseguiu encontrar muita coisa de valor, não conseguiria nem sequer o valor para dar aos malditos marinheiros, ele praguejou outra vez colocando as poucas joias que encontrou no bolso do casaco, precisava sair dali rapidamente ou seria pego.

Nos Braços do Tigre (Não Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora