Capítulo 6

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 — Você vai falar ou terei que adivinhar seus pensamentos? Vou logo informando que não faço uso de tarô ou bola de cristal

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 — Você vai falar ou terei que adivinhar seus pensamentos? Vou logo informando que não faço uso de tarô ou bola de cristal. — Questiono, mal humorada, acompanhando os movimentos inquietos dos seus dedos explorando minhas maquiagens.

—Eu não sou como ela. — Resolve falar, espirrando um pouco do meu perfume mais caro no pulso.

Meu maxilar aperta.

Hoje não é um bom dia para enigmas.

— Como quem? — Retiro o pequeno frasco de suas mãos e o posiciono de volta ao meu armário de cosméticos, trancando as duas portas com a chave. — Tilly. — Arqueio a sobrancelha, esperando que alguma palavra saia de sua boca.

— Eu não sou como nenhuma de vocês, na verdade. —Sussurra, como um segredo e volta a se sentar sobre a cama. Aguardo que continue em silêncio, ela suspira, joga o corpo pra trás e leva um dos meus travesseiros de pluma de ganso ao rosto.

Solto uma lufada de ar. Acaricio minha têmpora e vou até ela.

— Olhe pra mim. — Puxo o travesseiro do seu rosto e sento ao seu lado. — Tilly.

— Hmmm ...

— O que aconteceu? — Me deito também, virando o rosto na direção do dela. Ela se concentra no teto, apoiando as duas mãos na barriga e passa a castigar os lábios com os dentes.

Me sentindo como uma irmã mais velha e de alguma maneira responsável por ela, encaixo uma de suas mãos com a minha.

— Você pode me contar, o que aconteceu? — Refaço a pergunta, dessa vez usando um tom mais brando.

Aperto sua mão e ela me olha.

—Cresci ouvindo que eu era a sombra de Ariel, uma versão menos brilhante, talvez. Enquanto minha irmã atraía olhares e transbordava simpatia, eu ficava no canto, apenas refletindo sua perfeição.

Ela volta a encarar o teto, mas não retira a mão da minha. Seu tom é baixo, ressentido e me sinto culpada por fazer parte do grupo que nunca a enxergou além de uma sombra.

— Isso era o que Ariel causava, dificilmente ela dividia os holofotes com alguém. — As palavras simplesmente pulam da minha boca.

Franzo o cenho, percebendo que elas fazem sentido. Ariel sempre gostou de ter toda a atenção para sim, mas eu me importava com essa sua característica?

Sempre achei que não. Mas, talvez eu tenha me importado em dado momento.

— Isadora não parece alguém que aceite viver no escuro. — Pisco, voltando pra realidade com essa sua observação.

Oh, boa sacada, garota.

— Não gosta.

— Elas eram boas amigas? — Existe curiosidade em seu tom e com o canto dos olhos percebo que suas íris claras estão atentas em mim. Sorrio e reflito sobre sua pergunta.

NOSSO SEGREDO - LIVRO 1. CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora