Meu padrasto, José Luiz Maldonado é aquele para quem corro quando as coisas ficam difíceis. Meu protetor, meu melhor amigo, o herdeiro de uma grande fortuna e o único homem que não posso ter.
Porém, nem mesmo ele conseguirá salvar-me dessa vez. Ni...
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Incapaz de ter mais um segundo dessa conversa, dou de costas e desço as escadas, fingindo que não ouvi sua súplica para que o perdoe. Ainda não estou pronta para lidar com as consequências do que houve, a lembrança de seus dedos pesa contra minha pele. Deixo a casa sem olhar para trás, felizmente Tobiah também não me vê passar e consigo chegar ao carro de Talía.
- Tudo bem? - Ela indaga e leva um momento para que tudo faça sentido novamente. Existe um plano, as meninas e ele.
- Sim, algo mudou? - Seus longos cílios parecem maiores essa noite, como se tivessem recebido uma camada extra de fios. O cabelo longo e preto contém ondulações nas pontas e os lábios estão marcados com vermelho cereja.
- Isadora não gosta que esteja no comando, sabe. Segundo ela, Nora Smith é uma versão menos maligna de Ariel. - Arqueio a sobrancelha esquerda. -Penso que o papel combina com você. - Conclui e não sei se devo tomar como um elogio ou não. O ponto é: Ela está sorrindo quando diz isso.
Elas andam falando sobre mim pelas costas?
- Ela pode assumir o comando, eu realmente não quero mais problemas para a minha vida.
- Não repita isso na frente dela.
Passamos todo o caminho em silêncio, só voltando a trocar frases quando paramos na casa dos Bragantino para pegar Tilly. Bom, isso só aconteceu porque a loira não consegue manter a boca fechada por mais de dez minutos. O celular dela vibra e Talía e eu trocamos um olhar.
- Quem é? - Questiono e seus olhos claros encontram os meus pelo espelho.
- Minha amiga Tônia.
Hmm.
- Você sabe o que precisa fazer? - Indago, mas sua atenção continua na tela do aparelho, sorrindo sem mostrar os dentes. - Tlly.
- Enrolar e fazê-lo confessar. - Diz depois de um tempo, guardando o celular de volta no bolso do moletom. O sorriso morreu em seu rosto.
