Capítulo 12

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A temperatura subiu dois graus desde que chequei pela última vez, no começo da manhã

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A temperatura subiu dois graus desde que chequei pela última vez, no começo da manhã. Não é como se eu tivesse um problema com o calor ou algo assim, mas minha camisa está grudenta, meu cabelo puxado em um rabo de cavalo mal feito e meu humor azedo. Não há uma parte do meu corpo que não esteja suando e eu odeio como meu jeans colou na parte de trás das minhas pernas. Isadora deveria ter chegado 50 minutos atrás e ela também não está me atendendo, eu não estaria com raiva se meu tempo não estivesse limitado. Foi difícil despistar o armário de quase dois metros que Zé colocou na minha cola, estou sendo vigiada em todos os momentos e só não sinto seus olhos em mim quando estou trancado no quarto. Também tive que desativar o rastreador que foi implantado no meu celular, mas tenho pouco tempo até que perceba e encontre um jeito de me achar.

Estamos meio que em pé de guerra também, Zé e eu, mas não só pelo segurança e sim pela viagem com Cecília. A mulher o quer e o idiota age como se eu estivesse louca. Quase aceitei sua oferta e mudei para a casa que me deu, mas seria facilitar demais. Não, ele terá que me engolir.

Estou fora do residencial, em um ferro-velho sujo e com donos suspeitos, mas maleáveis. O problema é que tive de abandonar o carro em casa e pegar um táxi par não ser rastreada e estou assando no sol. Olho mais uma vez para a pequena casa improvisada com madeira, os donos do lugar, os irmãos Falcão, a usam como escritório e a ofereceram caso eu quisesse mais conforto. Fiz uma careta desgostosa na hora que não passou despercebida, mas estou reconsiderando a proposta.

- Para onde você está indo? -Pulo em sobressalto.

- Que droga! -Deixo escapar, descansando a mão no peito quando viro e encontro o rosto aristocrata. Sua expressão arrogante se transformando em curiosidade quando me analisa dos pés a cabeça, um sorriso brinca em seus lábios com gloss e acabo bufando para ela.

- Onde você estava? -Indago, abaixando o tom quando percebo o par de olhos castanhos nos observando.

Isadora inclina a cabeça para trás, olhando para o mesmo cara que eu.

- Surgiu um contratempo e não pude atender as ligações, sinto muito. - Cruzo os braços.

- Que tipo de contratempo? - Prolongo a última palavra mais do que necessário e ela pega a sugestão, semicerrando os olhos em seguida. Boa garota. As íris azuis me lembram os olhos do meu antigo gato. Ele sempre olhava como se fosse superior ao mundo. - E quem é ele? - Indico com a cabeça para o homem a alguns passos de distância, ele não disfarça que está nos vigiando até que vejo um ponto preto no seu ouvido.

Oh, claro.

Alto, boa aparência, postura rígida e intimidador.

- Não importa, ele é ninguém.

-Ele não parece ninguém e lembro de a ter ordenado vir sozinha. - Acabo rosnando, sendo realmente afetada pelo calor.

- Ordenado? - Arqueia uma sobrancelha, um ato despretensioso se não fosse pelo seu maxilar contraído. - Você não manda em mim, Nora.

NOSSO SEGREDO - LIVRO 1. CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora