Capítulo 5

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Puxo a coberta tosca de cor merda com flores brancas e arremesso no chão junto dos travesseiros, vou até o armário e capturo uma colcha da cor que sei que ela gosta, roxo, e cubro a cama novamente

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Puxo a coberta tosca de cor merda com flores brancas e arremesso no chão junto dos travesseiros, vou até o armário e capturo uma colcha da cor que sei que ela gosta, roxo, e cubro a cama novamente. Quando estou finalizando e pronta para mudar as fronhas dos travesseiros, Justine invade o quarto com a mão na boca e olhos esbugalhados, emitindo um som de espanto que só aumenta minha irritação.

— O que você está fazendo? — Questiona, puxando o travesseiro das minhas mãos. Puxo de volta, termino o trabalho e posiciono as quatro almofadas sobre a cama. A mulher me observa o tempo todo, guardando os xingamentos para si, tentando passar uma imagem imparcial, mas posso sentir sua raiva.

— Pode ir, Justine. Eu me viro aqui. — Não a olho enquanto falo, mas faço questão de usar um tom bem antipático. Abro as cortinas para permitir a entrada do sol e a mulher dar outro surto silencioso, deixando escapar apenas murmurinhos. Revirou os olhos e me viro pra ela. — Algum problema? — Indago, resgatando as memórias de como a avó de Talía olhava para os funcionários e fazendo igual, não que eu seja uma fã da senhorinha, eu só não gosto dessa mulher.

Ela me olha de cima abaixo, traz as duas mãos para frente do corpo e aperta os lábios um no outro.

Arqueio a sobrancelha ainda na espera de que ela diga algo.

Por favor, fale alguma coisa que justifique sua demissão.

Imploro nos pensamentos.

Continuamos nos encarando até ouvirmos passos na escada, então o rosto da mulher ganha um semblante mais harmônico e um sorriso brota em sua boca.

— Esse trabalho é meu, senhorita. Sei que você estuda muito, não precisa se preocupar com isso. — Quando abro a boca para questionar sua mudança de postura, José Luiz aparece na porta, os olhos pratas vão direto em minha busca e sorriem assim que me acham.

Quebro nosso contato e olho para a mulher parada também me encarando, tem um sorriso falso em seu rosto e me parece ainda mais barata que a nova cor de seu cabelo.

Vermelho.

Um vermelho brega e fajuto.

— Não te vi chegar ontem, boneca. Estava no hospital? — Zé pergunta, segurando meu rosto com suas duas mãos e depositando um beijo na minha testa. Meu corpo amolece com seu contato, as cenas dos meus sonhos passando como filme perante os meus olhos. Inalo seu perfume e me permito rodear seu corpo com meus braços e depositar a cabeça em seu peito.

— Então, era lá que você estava? — Questiona, me forçando a encarar seu rosto bonito. A testa está franzida e contém uma ruga bem no meio que o deixa com aparência de mais velho, o cabelo está molhado e penteado pra trás como de costume, mas algo nele parece diferente.

— Ãn?

Inclino a cabeça para o lado.

Ele rir baixo, revelando algumas marcas da idade no canto dos olhos.

NOSSO SEGREDO - LIVRO 1. CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora