Capítulo 70

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Eu não prevejo o golpe até sentir meu celular sendo arrancado das minhas mãos e arremessado longe

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Eu não prevejo o golpe até sentir meu celular sendo arrancado das minhas mãos e arremessado longe.

Pisco aturdida por um segundo, então a raiva alcança meu cérebro e a vida ganha sentido novamente.

— O que está fazendo!? — Eu grito com todo o fôlego dos meus pulmões. Tobiah olha-me contrariado, estendendo o próprio celular na minha direção como se não tivesse acabado de detonar o meu.

— Seu celular não era seguro. — ele diz.

— E o seu, é?

— Não tem rastreador. — Ele esclarece, pegando a minha mão e colocando o aparelho desbloqueado nela. — Ligue para ele e diga que está segura, mas não informe a localização.

Bufo.

— Como eu poderia informar algo que não sei? Aliás, onde estamos e por que não quer que Zé saiba?

— Ele não confia em mim. Eu não confio nele. — Simples assim, ele fala e vira as costas para começar andar na direção da casa.

Corro atrás dele, parando a sua frente e impedindo seu avanço. Essa informação não é nova, mas parei de ficar no escuro e estou decidida a tomar as rédeas.

— O que isso significa? — Altero meu tom, demonstrando que apesar da imagem delicada que aparento, não sou tão frágil e delicada. Quero resposta e não me importo de usar minha versão má para isso, posso ir aos dois extremos se for preciso.

— Você está nos fazendo perder tempo. — Indica, empurrando meu ombro até que minhas pernas cedem para trás e quase caio.

O que há com ele? Parece que fiz algo ruim ou o insultei de alguma maneira.

— Comece a falar. — Insisto, não cedendo e voltando a minha posição inferior. O peso dos últimos acontecimentos estão sobre as minhas costas e se eu não começar a ligar os pontos, vou cair. — Vamos, fale ou ficaremos a noite toda no relento.

— Acabei de salvar sua vida e me agradece com questionamentos? Eu não sou um homem paciente, menina.

Menina.

A palavra me irrita só porque foi ele quem disse.

Aperto meus olhos e estudo seu rosto, devido a nossa proximidade posso notar pela primeira vez a pequena cicatriz acima da sua sobrancelha esquerda.

— Olha que coincidência, eu também não sou uma MULHER paciente, então comece a falar e ficaremos todos felizes.

— Nora.

Começa, mas coloco a mão no seu peito e se cala.

Vou para o tudo ou nada agora.

— Éramos amigos, certo? — Indago com um tom mais manso, até meigo.

— Eu era seu segurança, minha obrigação com você era te manter segura e somente. —Meu semblante cai, porque lembro de vários momentos que ultrapassaram o limite patrão e funcionário e estava contando com a reciprocidade para ganhar sua confiança. Ele deve perceber, pois libera um som de desconforto e se afasta em seguida.

Droga.

— Espere. — Grito, recuperando a mente e voltando a persegui-lo. — Pode ir parando, tobiah!

Me esforço para alcançá-lo, mas minha distração o deu vantagem e ele não está colaborando, mudando a direção dos passos sempre que chego perto.

— Não.

— Você me deve explicações!

— Eu não te devo nada, menina.

Sério? Novamente essa história de menina.

— Para onde está indo? — Continuo gritando, observando que nos afastamos da casa. — Tobiah!

— O quê?!

Para de forma abrupta e bato minha testa em suas costas.

— Ai! — Gemo, massageando minha têmpora e exagerando no drama para causar alguma empatia, mas o homem é feito de gelo e apenas revira os olhos. — Não vou deixá-lo em paz até me dizer o que quero saber. — Argumento e um rosnado reverbera da sua garganta.

— Cristo. — Esfrega as mãos no rosto, inclinando a cabeça na direção do céu e liberando mais algumas palavras que não compreendo.

— Diga-me o que quero saber, Tobiah. Tenho o direito.

— Tudo bem, se isso vai me dar um pouco de paz, descarregue.

Uh.

Eu não lembro dele tão rabugento assim antes.

Cruzo os braços na altura dos meus seios, adquirindo uma postura mais séria e focada.

— Você disse que Zé o ligou minutos antes de sermos surpreendido por aqueles bandidos, o que ele disse exatamente? —Sua expressão muda, e se eu estava supondo que conhecia sua cara zangada, acabei de mudar de ideia.

Que diabos.

— Para tirar você de casa. — Responde após um momento de silêncio e levo uma eternidade para julgar se devo ou não acreditar nele, mas que escolha tenho, afinal?

— E por que ele queria me tirar de casa? —Indago, tentando preencher as lacunas.

Um passo mais próximo.

— Eu não sei. — Responde, a voz mais profunda e sombria.

Ergo o queixo.

— Aposto que sabe. — Não vacilo quando seu pé bate no meu e voltamos a ficar frente a frente novamente.

— Não, eu não sei. Apenas estava cumprindo ordens. Eu não esperava a troca de tiros.

— E Ivan? — sinto que tem algo sobre esse cara que ele não está me contando.

— Falei tudo o que tinha para falar. — Resmunga, mas não se move do lugar. Isso encoraja-me a seguir em frente com as perguntas.

— Não, não disse.

— Olha, eu não tenha nada concreto. Mas se José Luiz ainda mantém contato com Ivan, então ele não deve ser o homem mais honesto e correto. Eu não vou arriscar o nosso paradeiro até descobrir o tipo de problema que estamos lidando.

Reviro os olhos.

— José Luiz nunca arriscaria nossas vidas, além disso, preciso descobrir o paradeiro da minha mãe.

Ele me dá um olhar analítico, depois coça a nuca e parece envergonhado.

— Ela está bem.

— Como você sabe?

— Porque ela acordou e José Luiz a levou para um lugar seguro. Um lugar distante.

O mundo para de girar.

—  Minha mãe acordou? 

— Eu acho que você deveria repensar o que acha que sabe sobre o seu padrasto, menina. Comece a se perguntar, o motivo por trás de todas as viagens que ele faz. 

Quando abro a boca para a próxima pergunta, o celular dele, que ainda mantenho comigo, toca e o nome na tela me deixa ainda mais desconfiada. 

NOSSO SEGREDO - LIVRO 1. CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora