Capítulo 30

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Milly, a garota que virei fã e não tem controle da língua, nos guia até o terceiro andar e nos mostra a coleção de roupas da tia, para o meu espanto, a mulher parece uma cópia perfeita da sobrinha, trocando a cor das meias amarelas por roxo

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Milly, a garota que virei fã e não tem controle da língua, nos guia até o terceiro andar e nos mostra a coleção de roupas da tia, para o meu espanto, a mulher parece uma cópia perfeita da sobrinha, trocando a cor das meias amarelas por roxo. 

Eu quase engasgo quando Tália estende um vestido laranja de mangas longas, com plumas no buraco que as mãos saem e exige que eu vista.

— Ele combina mais com você, amiga. — Digo, afastando o vestido do meu rosto e o empurrando para seu peito. Distribuindo tapinhas no ombro dela.

Tália estala a língua e observa a peça como uma possibilidade.

— Ok, vou experimentar. — Cantarola, piscando para Tobiah antes de entrar na cabine de prova. O meu segurança faz careta, mas não se move do lugar.

— Você precisa usar esse. — Milly entrega um vermelho para Isadora, não um vermelho simples, mas um que a faz corar de tão usado e não vou negar, quero sorrir e bater palmas pela coragem da garota. O vestido possui decote v que vai atá a cintura, ele também é longo e possui uma fenda lateral.

— Ele é perfeito. — Falo e ganho um olhar nada agradável.

— Vou experimentar. — Ela diz por fim, parando antes de entrar no provador ao lado do de Tália. — Acho que encontrei algo para você, Nora. — A maneira como diz meu nome me faz querer correr para de trás do meu segurança. Quando tira a peça branca do cabide e revela o vestido, meu queixo cai.

— Não. — Falo.

— Sim! — Tália grita ainda de dentro do provador, apenas para me provocar. Nego com a cabeça, apertando os olhos na direção do vestido.

Nem pensar.

Nunca.

— Experimenta. — A tia da Milly incentiva. Pego a peça a contragosto, sabendo que se levar, vai ser apenas para não ser grosseira com a mulher.

Tô sem palavras.

Pisco uma, duas, três vezes e ainda não consigo acreditar no que o espelho reflete. O tecido se adaptou ao meu corpo com perfeição, se adequando as curvas e disfarçando a falta de algumas, já que sempre fui alta e magra, ao contrário, da minha mãe, que sempre teve MUITAS curvas e atributos para chamar atenção. Pensar sobre isso faz algo ruim crescer no meu peito, talvez insegurança ou ciúmes, afinal, José Luiz é o marido dela e se seu gosto se resume a volumes em áreas estratégicas, então o estou decepcionando.

— Hey, precisa de ajuda? — Isa pergunta, migrando do seu provador para o meu sem esperar por uma resposta. 

O movimento inusitado faz com que a cortina balance e revele metade dos nossos corpos, sorte dela que estou vestida ou teríamos mostrado tudo para Tobiah e Rael.

— O que está fazendo? — Cochicho, mal conseguindo me mexer pelo pouco espaço.

— Quero te entregar isso longe dos olhos de Israel. — Ela tira uma pasta branca da bolsa e passa para mim. Franzo o cenho e T grita perguntando se estamos prontas. 

Isadora diz que está me ajudando. 

— Guarde. — Orienta, indicando minha bolsa.

— O que seu segurança tem a ver com isso? — Questiono e algo que parece com incerteza cintila nos olhos azuis.

— A ideia foi dele. — Fala por fim. — Ele também não confia em você. — Declara, antes de tomar lugar as minhas costas e terminar de subir o flash. — Ficou bem. — Acrescenta, puxando a cortina e saindo. 

Guardo a pasta e saio.

— UAU. — Milly é a primeira a falar, olhando entre Tália, Isadora e eu. — Vocês três são como as meninas malvadas. Nos entreolhamos com um sorriso escondido. — Sério, vocês parecem muito da realeza ou integrantes de uma banda pop mundialmente conhecidas. 

A menina se empolga.

— Calma, querida.— A tia faz carinho em seu cabelo.

— Minha sobrinha tem razão, estão todas lindas, meninas. — Com tanto elogio, me pego obrigada a girar o tronco e conferir as outras duas. Minha primeira reação é parecida com a da Milly, principalmente quando percebo que o vestido laranja que aparentava ser horrendo virou uma verdadeira obra de arte no corpo de T. Ele é nu nas costas, revelando a pequena tatuagem de borboleta que ela geralmente esconde.

— Obrigado, vocês possuem máscaras? — Isa indaga e tia e sobrinha se olham. A adulta, com meias roxas e óculos tão grandes quanto os de Milly sai, pedindo para esperarmos. Minutos passam até que ela volte, portando uma caixa antiga de madeira, com flores entalhadas.

— Vejam. — Ela sussurra, revelando quatro pares idênticos de máscaras. Nós três liberamos um som de surpresa e a mulher solta uma risadinha convencida.

— São perfeitas. — Me pego dizendo, encantada com os detalhes dourados com prata em forma de aspirais nas laterais. — Vamos ficar. — Acrescento, não resistindo e tocando em uma.

— Vamos ficar com tudo. — Isa fala, se referindo aos vestidos.

Pagamos em dinheiro e deixamos uma gorda gorjeta para Milly, na verdade, para ambas, pelo atendimento ímpar. Escolhemos um restaurante e pegamos uma mesa, enquanto Rael e Tobiah sentam juntos em outra, não tão perto para nos dar privacidade e não tão longe, para poderem agir se algo acontecer.

— Seu segurança tá estranho.— Tália sussurra quando nosso pedido chega e ela desiste de tentar travar uma guerra de quem pisca primeiro com Tobiah.

— Como assim? — Arqueio a sobrancelha, levando um pedaço de carne até a boca.

— Não sei, ele só parece diferente. — Diz e reviro os olhos. — É sério! — Insiste e finjo concordar.

— Por que comprou as quatro? — Questiono Isadora logo após pedimos a conta. Ela dá de ombros, mas não estou desistindo fácil. — Somos três. — Digo o óbvio.

— É apenas costume.— Resmunga e resolvo não tocar mais no assunto.

Costume é uma palavra forte, por isso, que quando chego em casa e não encontro Zé, espero por ele a noite toda. 

Eu estou me acostumando a tê-lo só para mim e isso é erro. 

NOSSO SEGREDO - LIVRO 1. CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora