Meu padrasto, José Luiz Maldonado é aquele para quem corro quando as coisas ficam difíceis. Meu protetor, meu melhor amigo, o herdeiro de uma grande fortuna e o único homem que não posso ter.
Porém, nem mesmo ele conseguirá salvar-me dessa vez. Ni...
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Tomo um fôlego de coragem e desço do carro de forma desajeitada, tropeçando nos meus próprios pés quando arrisco alguns passos.
Minha visão ainda é um borrão, porém insisto em fazer o caminho sozinha. Tália assente e acena para meu padrasto, ele lhe dá um sorriso e ela sussurra boa sorte antes de ir. Sério? Por que eu precisaria de boa sorte? Com o canto do olho vejo uma sombra se aproximar, um pouco de atenção e percebo ser Tobiah, meu segurança musculoso que estranhamente não me seguiu essa noite. Espero que ofereça ajuda, mas passa direto, o rosto torcido pelo que traduzo ser raiva e pega duas malas. Umedeço os lábios, ainda os sentindo ressecados e acompanho seus movimentos. Um rosnado me faz pular.
— Traga essa bunda até aqui, Nora Smith! — Olho para o homem ainda parado na porta de entrada, os olhos cinzas semicerrados, o queixo elevado e braços cruzados.
Boa sorte. Boa sorte. Boa sorte.
Gemo.
Eu não preciso de sorte, preciso de uma armadura!
Agarrando a bolsa, dou passos seguros até a escada e escalo os poucos degraus antes de alinhar nossos rostos. Seus olhos estão nos meus, sondando, estudando, sempre buscando respostas e nunca dando. Aperto o olhar e um sorriso faz coisas ruins rastejaram pela porta que mantenho fechada na minha cabeça. Quando ele avança e raspa os dedos pela minha bochecha, recuo. A nossa última conversa não acabou bem.
— Você está bêbada.
Errado, mas isso não foi uma pergunta de qualquer maneira.
— Fui até o hospital. — Acrescenta, afastando parte do meu cabelo para trás da minha orelha, inclinando o corpo sobre o meu sem necessidade. Tremo.
Esse cheiro.
Toco sua mão e a afasto.
— Eu a vi saindo com Tália. — Fala, voltando a cruzar os braços na altura do peito. Limpo a garganta, maneando a cabeça em um aceno de concordância. — Sem o seu segurança. — Complementa no último momento, quando minha língua já deslizava para fora.
