Meu padrasto, José Luiz Maldonado é aquele para quem corro quando as coisas ficam difíceis. Meu protetor, meu melhor amigo, o herdeiro de uma grande fortuna e o único homem que não posso ter.
Porém, nem mesmo ele conseguirá salvar-me dessa vez. Ni...
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Exaustão.
A palavra é usada quando seu corpo, mente ou ambos alcançam o limite. Eu alcancei o meu hoje pela manhã, com Zé.
Meu psicológico está cansado e exige descanso, essa viagem saiu completamente do eixo desde que, ao invés, de jantarmos e ter uma noite fantástica acabei de joelhos no banheiro do restaurante, vomitando e chorando como uma criança quando deixa o sorvete cair, o problema é que não posso encontrar outra sobremesa. Eu quero o maldito sorvete!
Sei que ele culpou Alfredo por isso, mas o homem foi só a gota final, o copo já estava meio cheio.
Aliás, a culpada sou eu.
Nenhum de nós deveria ter cedido ao desejo e sucumbido ao pecado, mas fui eu quem deu o primeiro passo e confessei meus sentimentos. Agora, tenho que consertar. Traí minha mãe e ela está em coma, porém pode acordar a qualquer momento e quero estar ao seu lado, apoiando-lhe, retribuindo tudo que ela fez por mim sem a culpa nos meus ombros, então vou fazer o que é certo e encerrar com José Luiz.
Agrh!
Arremesso o travesseiro que apoiava minha cabeça na parede, o assistindo bater contra a pequena mesa e derrubar o adorável jarro de flores. Rosas vermelhas.
Rosas que Zé enviou na nossa primeira noite aqui, a última que dormimos juntos.
Reli o bilhete ontem a noite.
Enxugo a lágrima solitária que desce pelo meu olho direito com o dorso da mão, me obrigando a não chorar. Estou cansada de fazer isso, cansada de sentir medo e vulnerabilidade. O amor não deveria ser assim, tão cruel.
Um soluço me escapa com o choque da realidade.
Eu o amo.
Amo o marido da minha mãe e estou abrindo mão dele.
Percorro meu pulso com a ponta das minhas unhas, eu me livrei da blusa e o resto quando entrei, corri para o banheiro e liguei o chuveiro na temperatura máxima, eu precisava da dor física para amenizar a mental, agora preciso de mais. Pressiono minha pele, sentindo a primeira camada romper e minhas unhas mergulharem mais profundo. Um gemido de dor escapa, mordo meu lábio inferior.
