Capítulo 57

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— Não gosto de receber ordens

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— Não gosto de receber ordens. — minha enteada argumenta, empinando o nariz em uma expressão de puro desafio. Algo em mim aquece com a ideia de fazê-la dobrar e um sorriso surge.

É a ousadia dela. A maneira como seu olhar se mantém alinhando ao meu, nunca se curvando, mesmo que todos os outros façam. Eu gosto disso, mesmo que não pareça saudável quando reflito sobre. Nora é meu veneno, mas suponho que se o super-homem precise da Kriptonita para lembrá-lo da sua vulnerabilidade, posso ter minha fraqueza nela.

Meu sorriso alarga e tenho certeza que pareço um lunático agora, mas aposto toda minha fortuna que ela me chutaria entre as pernas se pudesse ouvir meus pensamentos.

Fraqueza.

Eu a ensinei a ser uma fortaleza.

O quão louca isso soa?

Essa garota, mulher, cresceu ao meu entorno, foi educada por mim e mesmo que nunca tenha me nomeado com o termo, eu ocupava o papel de pai em sua vida. Isso é doentio? Estou doente ou algo do tipo? Porque com certeza não é um fetiche, longe disso.

— Arranque o sorriso do rosto! —Me curvo sobre o seu corpo, agarrando o queixo aristocrático e trazendo seus lábios até os meus.

— Me faça tirar, querida. — Roço nossas bocas, puxando seu lábio inferior entre os dentes enquanto suas unhas arranham meus ombros.

— Estou mudando de ideia. — Resmunga, entre gemidos tentadores. — Não quero continuar com isso.

— Besteira. — Começo a brincar com a língua, contornando sua boca e descendo para o queixo, pescoço até finalmente tocar a curvatura dos seus peitos.

— Estou falando sério, José Luiz!

— Tem certeza? Acho que você acabou de ficar mais molhada. — Toco seu núcleo com os dedos para provar o ponto e ela se contorce, enfiando as unhas nos meus braços.

O poder é revigorante, mas cansativo. Quando olho nos olhos dessa garota eu sinto isso, a troca, meu poder sendo roubado e modificando, ganhando uma nova combinação, se tornando maior. Imbatível. Dela.

É isso que significa domínio?

Mente. Corpo. Alma.

Se eu me render ela vai segurar minha mão e lutar contra os demônios que guardo?

Eu nunca os mostrei para ninguém, mas talvez faça isso com ela.

— Minha mãe... — Começa, a voz rouca pelo desejo, mas interrompo com uma mordida antes que estrague o momento.

— Você está proibida de falar sobre sua mãe ou qualquer pessoas nesses momentos. Eles são nossos, Nora. — Ergo minha cabeça para que possa ver minha expressão e uso um tom sério. Ela aperta os lábios.

— Pare de me dizer o que fazer, não sou seu brinquedinho. —Ela faz um pausa, deixando o olhar cair. — Preciso falar sobre isso, você não consegue enxergar? — Vira o rosto para o lado, fugindo do meu escrutínio, mas consigo ver as lágrimas se acumulando em seus olhos.

Porra.

Toco seu rosto com suavidade, começando a ficar apreensivo com seu estado mental.

— Sinto muito, boneca. — Meu tom é uma dança lenta com a culpa, mas não pelo que fizemos ou estávamos prestes a fazer, não tenho arrependimentos quanto a isso, minha culpa é por ser um maldito egoísta. Estive tão focado nos sentimentos novos que passei a nutrir, que não prestei atenção no peso que ela pegou para si.

Um choro baixo começa, eu desisto de tentar fazê-la me olhar e deito na cama, a puxando para meu peito.

— Tudo bem, querida. — Ela se mexe nos meus braços, porém não permito que se levante. — Pode chorar, mas quero deixar claro que não estamos cometendo nenhum crime, somos adultos.

— Crime? — Desdenha. — Talvez eu tenha cometido um. — Murmuro, mas as palavras saem afetadas pelo choro e desconsidero. Ela provavelmente deve estar se referindo a mãe.

— Não, Nora. Nosso relacionamento não é uma transgressão como pensa, meu relacionamento com Clarice era puramente de negócios. Nunca houve amor. — Solto um longo suspiro, criando círculos na pele das suas costas. Tomando coragem para confessar meus próprios anseios. Desde que minha mãe morreu, correção, cometeu suicídio, prometi a mim mesmo que não colocaria ninguém em posição tão importante na minha vida.

— Por que insiste em falar isso? Soa como se apenas estivesse falando para me convencer a transar. — Beijo sua cabeça, liberando uma pequena risada.

— Você quer transar? — Desço a palma da mão até a curva da sua bunda e belisco. Ela bate no meu peito. —Tudo bem, podemos apenas ficar assim. — Enfio os dedos entre os fios do seu cabelo e acaricio o couro cabeludo. — É a verdade, boneca. Eu nunca mentiria para fazer sexo com você, embora seja algo que estou ficando viciado. — Falo, após segundos de silêncio.

— Eu não entendo, vocês pareciam felizes no casamento e todos esses anos juntos. Eu via as trocas de carinho, a maneira como mamãe olhava para você e vice-versa. — Agora que ela falou, consigo entender sua relutância para acreditar em mim, de fora qualquer um poderia jurar que Clarice e eu éramos o casal perfeito, mas era tudo sobre respeito e cumplicidade. — Minha mãe te ama, Zé. — Acrescenta e movo a cabeça, mesmo que ela não esteja olhando para o meu rosto.

— Sua mãe e eu somos amigos, Nora. —Ela volta a se mexer e espero até que encontre uma posição para continuar. — Não vou dizer que nunca transamos, porque você já tem essa resposta, mas posso dizer que você e eu não é errado. 

NOSSO SEGREDO - LIVRO 1. CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora