Meu padrasto, José Luiz Maldonado é aquele para quem corro quando as coisas ficam difíceis. Meu protetor, meu melhor amigo, o herdeiro de uma grande fortuna e o único homem que não posso ter.
Porém, nem mesmo ele conseguirá salvar-me dessa vez. Ni...
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Ivan.
É a segunda vez que ouço esse nome e já me cansei de tanto mistério. A maneira como José Luiz falou dele antes, fez-me ficar com medo de encontrar o homem, mas agora sinto que esse encontro será inevitável e preciso preparar-me, descobrir o possível sobre o seu envolvimento com Ari e a sua morte. Agora, como Tobiah sabe sobre ele?
— Você o conhece. — A certeza sai como veneno da minha boca e repercute pelo pequeno espaço do carro, minha mão desliza para a porta do passageiro e me sinto pronta para pular.
— Trabalhamos juntos no passado. — Revela e prendo a respiração. — Não se preocupe, não estou trabalhando com ele atualmente, na verdade, eu não sabia do seu paradeiro até você ir a casa dele.
Empurro uma sobrancelha para cima, começando a ficar perdida na sua explicação.
— Casa dele?Eu não fui a casa dele, aquele apartamento era de Ari.— Sei que pareço uma maluca, gritando cada frase quando ele mantém sua voz calma, porém, estou realmente confusa. Ele olha-me por um segundo, não mais que isso e resmunga uma quantidade ímpar de palavrões. — Era Ivan naquele carro? — Questiono.
O seu rosto torce numa careta e a mesma mão que segurava a pistola, anteriormente, soca o volante repetidamente. Toco seu ombro em um pedido silencioso para manter a calma, tendo que controlar o meu próprio tom para não gritar com ele e estragar tudo.
Eu preciso de uma resposta, preciso saber qual o papel desse tal Ivan no meu pesadelo e descobrir a localização da minha mãe e Zé.
Adoto uma expressão neutra e começo uma atuação, Tobiah pode ter sido meu segurança por todo esse tempo, mas não é capaz de reconhecer um ato meu. Quase ninguém consegue, apenas Zé e Isadora, Ari também conseguia.
— Você acredita ser ele naquele carro? — Repito a pergunta, dessa vez, me preocupando em fazer contacto visual com meu segurança. O canto esquerdo da sua boca cai, um gesto pequeno que se eu não reconhecesse, não daria a mínima. — Tobiah? Quem é esse cara e o que ele quer comigo?
— Nos conhecemos desde criança, fomos treinados juntos.
A constatação me deixa paralisada. Seus olhos estão presos nos meus, nenhuma negação flutuando da sua boca e é quase como se o quebra cabeça fizesse finalmente sentido.
