Capítulo 7

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Sou uma infinidade de coisas, contudo, definitivamente, não a menininha imatura que ele está descrevendo

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Sou uma infinidade de coisas, contudo, definitivamente, não a menininha imatura que ele está descrevendo. Por isso e apenas por essa razão, arremesso o primeiro objeto que encontro em seu rosto, torcendo para machucar sua pele bronzeada.

— Vai continuar agindo como uma criança ou podemos conversar!? — Grita, se esquivando, cobrindo o rosto para se defender, mas me dando um deslumbre das pupilas enraivecidas.

Estremeço, dando um passo para trás, batendo as costas na porta do banheiro.

— Não quero conversar com você, José Luiz. —Finjo imparcialidade, desviando do seu olhar intenso. Ele rosna, avançando na minha direção como um touro brabo e sem freio. Tento dar mais um passo para trás, mas é em vão. Não há escapatória. — Zé...— O chamo pelo apelido carinhoso, uma tentativa vã de fazê-lo parar. Descanso minha mão em seu peito e apelo para seu lado sentimental.

— Não, agora não adianta mais. Eu esperei pacientemente que você viesse até mim por uma semana e confessasse sua brincadeira infantil, mas tudo o que ganhei foi a porra de uma coceira infernal! — Se exalta, rosnando como a porra de um louco na minha cara. Eu quero sorrir, expor minha felicidade com a lembrança daquela mulherzinha saindo daqui correndo após tomar o meu suco especial, contudo, não consigo.

Viro o rosto, me esforçando pra esconder a água salgada que acabou de se agrupar nos meus olhos.

Ele nunca gritou comigo antes.

Nunca.

Até ela.

A raiva toma meu corpo e quando percebo o estou empurrando para longe de mim, jogando vidros de perfumes e tudo que minhas mãos alcançam contra ele.

— Seu grande imbecil de merda! Nunca mais ouse gritar comigo, está ouvindo? Nunca mais! — Grito irritada, mirando sua testa com uma caixinha de música de porcelana na mão.

— Não ouse. — Ameaça com olhar , apertando as sobrancelhas juntas.

Meus lábios repuxam em um sorriso de escárnio.

Ele definitivamente não me conhece.

— Não?— Molho meus lábios com a língua, arqueando uma sobrancelha. Sua expressão se torna mais dura, um desafio tentador que aceito. Acerto seu nariz e ele solta um gemido de dor, não, um rugido e me olha com chamas de ódio no lugar das íris pratas que tanto amo.

— Garota tentada! Você não fez isso. — Seu rosto está contorcido em algo que vai além de dor, há raiva, decepção e minha sentença de morte.

Ele limpa o sangue do nariz com as costas da mão esquerda, olha incrédulo para o líquido escarlate que pinga no chão e em sua camisa e depois pra mim.

Droga, acho que dessa vez fui longe demais.

Estudo minhas opções de fuga enquanto ele está distraído, tendo a porta do banheiro e a de saída como opções. Aperto o nó do meu roupão de algodão e arrisco um passo para o lado, sabendo que é mais inteligente correr para fora do quarto e procurar refúgio em algum lugar da casa do que ficar aqui. Arrisco mais um passo, seus olhos captam o movimento e ele me olha, engulo a seco.

NOSSO SEGREDO - LIVRO 1. CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora