Meu padrasto, José Luiz Maldonado é aquele para quem corro quando as coisas ficam difíceis. Meu protetor, meu melhor amigo, o herdeiro de uma grande fortuna e o único homem que não posso ter.
Porém, nem mesmo ele conseguirá salvar-me dessa vez. Ni...
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NORA
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TILLY
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Quando acordo, descubro pela boca de Justine que algo de errado aconteceu com as obras no andar de cima e Zé precisaria se ausentar pelo restante do dia, com a culpa pesando sobre minhas costas decido não visitar mamãe no hospital e vou para a faculdade. Empilhando todos os livros no banco de trás do meu carro para logo festejar depois com o vazio da biblioteca. Eu comecei o curso de medicina meio perdida, metade de mim, desejava apenas algo grande e chamativo, e nada pareceu melhor do que a ideia de ter doutora antes do meu nome, o início foi corrido e sufocante, a sobrecarga de conteúdo quase me fez desistir, mas em algum momento acabei me identificando, pensando no quanto vovô ficaria orgulhoso com uma neta médica. O coma da mamãe foi o golpe final. Eu preciso de um diploma em medicina.
Passo os olhos pelo mesmo parágrafo pela terceira, estou na página vinte de um romance que tem como fundo a Segunda Guerra Mundial, meu décimo assunto favorito para debater, e não consigo sair da cena em que a mocinha, uma jovem enfermeira que é obrigada a cuidar de alguns soldados alemães, assassina um dos seus pacientes por vingança. A maneira como ela narra a cena, a descrição dos seus sentimentos é tão minuciosa que fico sem ar. Eu deveria está estudando agora, não ficando ansiosa por acontecimentos trágicos e sangrentos de um livro fictício, embora isso possa ter acontecido realmente. Quem sabe.
