Meu padrasto, José Luiz Maldonado é aquele para quem corro quando as coisas ficam difíceis. Meu protetor, meu melhor amigo, o herdeiro de uma grande fortuna e o único homem que não posso ter.
Porém, nem mesmo ele conseguirá salvar-me dessa vez. Ni...
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— Eu ouvi gritos. — Justine diz, olhando direto pra mim. Suas pupilas estão dilatadas e demonstram confusão. — O que aconteceu? — Insiste após não obter resposta, observando-nos como peças desnecessárias.
Dou de ombros.
— Nada. — É tudo que digo. Ninguém me contradiz, no entanto.
A mulher ergue o queixo, passando os olhos uma última vez pelo meu rosto e braços, onde possivelmente contém arranhões antes de virar as costas e pegar o caminho da cozinha.
José Luiz terá detalhes antes que eu sequer tenha a chance de pegar no celular.
Bem, que se exploda. Que ela conte tudo para ele.
— Talía? —Isadora chama.
— O quê?
— Quem venceu?
— Patéticas. — A morena responde e começamos a ri juntas.
Cinco minutos depois ainda estou deitado no chão, encarando o tempo, mas o momento descontraído se foi. Existe uma tensão no ar, alguém me perseguiu na última noite e sinto que foi um aviso.
— Eu nunca deixaria Ari se matar. — Confesso.
Um suspiro.
— Eu sei. — Isa diz.
— Também não sei como o relógio foi parar com Tilly, mas desconfio que faz parte da herança que a irmã para ela. — Um jogo que não entendo. Os nossos segredos também estão lá, aquelas páginas podem colocar o futuro de todas nós em risco.
Silêncio.
— Jogos era tudo que ela sabia fazer. — A voz, três quartos mais baixa do que de costume revela ressentimento. Não levo meu olhar até o sofá, onde sei que vou encontrá-la sentada nos encarando, apenas permito que a falta de resposta cumpra sua tarefa. Ariel gostava de ser o centro das atenções e sempre encontrava uma forma para isso, de um jeito bom ou ruim.
— Como a convenceremos? —É Isa quem questiona, fitando o teto com tanta seriedade que uma parte minha quer se desculpar com o concreto.
— Deixe essa parte comigo. — Falo, ouvindo passos precisos surgindo no corredor. Inclino o pescoço em 30° graus, torcendo a boca quando encontro saltos de bico fino, aparência cara e que exalam a verdadeira essência de Cecília Vittorino.
Ninguém diz nada quando a mulher para a milímetros da minha cabeça, olhando-me com superioridade embora se esforce para manter o sorriso no rosto. Não finjo decoro, estou cansada de atuar.
— Meninas... — Ela tenta soar simpática, mas sabemos melhor e é evidente que não esperava encontrar as meninas aqui. Será que queria falar comigo a sós?