O dia logo se passou.
Quando pisquei estávamos entrando pelos portões do residencial, na verdade, suponho que adormeci no trajeto, mas isso só mostra o quão cansado meu corpo estava. Foi uma tarde animada.
—Olá, querida. — Zé sussurra quando me pega olhando, ofereço um sorriso preguiçoso e estico os braços. Devo ter apagado por minutos.
— Você me deixou dormir. —Resmungo, percebendo a movimentação de dois carros logo atrás de nós. Uma olhada com mais atenção e percebo se tratar dos nossos carros. Meu cérebro solta um click. — Você contratou mais seguranças?
Ele me dá um olhar longo, mas volta a prestar atenção no volante sem dizer uma palavra. Uma música baixa da qual desconheço a letra toca na rádio e eu espero, espero, espero e espero.
— Sim. —Ele suspira por fim e então me lembro da comitiva de homens, alguns semelhantes a Tobiah, chegando a pequena chácara e nos escoltando. Deve ter sido quando adormeci.
Recordo de ter de protestar quando ele disse que eu teria mais um segurança comigo.
Tobiah é suficiente! Lembro de ter gritado no carro.
Não, não é. Foi sua responda após dois minutos de silêncio. Suas mãos apertavam o volante com força exagerada e seu maxilar estava rígido, então optei por ficar em silêncio e liguei a rádio.
Ah, eu liguei a rádio!
Franzo o cenho.
Acho que essa música não é tão estranha quanto imaginei. Aumento o volume e descubro ser uma das minhas favoritas.
Porque essa estação toca as minhas favoritas. Minha consciência alfineta e eu envio um que seja.
Mordo o lábio inferior e arrisco uma olhada na sua direção.
— Você não roncou ontem, mas fez isso hoje. —Um sorriso divertido brinca em sua boca. — O barulho é fofo. — Acrescenta e não sei como reagir.
O quê?
— Eu não ronco!
— Sim, você sim. Parece uma gatinha ronronando, no entanto. — Entramos em um pequeno embate e acaba com ele revelando um vídeo meu de poucos segundos, a tela foi dada zoom e foca exclusivamente no meu rosto. Cruzo os braços e afasto o celular.
— Cansaço. — Murmuro, meio mortificada com os barulhos que fiz durante o sono.
— Justo, prometo te deixar descansar essa noite. — As palavras me despertam, não que ele as tenha dito com arrogância masculina ou algo parecido, foi apenas sugestivo. Descansar. A ideia me faz esfregar as coxas uma na outra.
Quanto mais o carro de Zé avança mais percebo a loucura que minha vida se tornara, acho que não refleti sobre isso o dia inteiro, porém estamos voltando pra casa e a realidade é bem clara.
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NOSSO SEGREDO - LIVRO 1. CONCLUÍDO
RomansaMeu padrasto, José Luiz Maldonado é aquele para quem corro quando as coisas ficam difíceis. Meu protetor, meu melhor amigo, o herdeiro de uma grande fortuna e o único homem que não posso ter. Porém, nem mesmo ele conseguirá salvar-me dessa vez. Ni...