Capítulo 29

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A manhã seguinte a visita noturna de Zé foi calma, como se eu nunca tivesse tido seus dedos dentro de mim e alcançado o prazer através deles

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A manhã seguinte a visita noturna de Zé foi calma, como se eu nunca tivesse tido seus dedos dentro de mim e alcançado o prazer através deles. Sentamos juntos na mesa do café, conversamos e tratamo-nos com normalidade, para os outros éramos um par de padrasto e enteada perfeito, nada suspeito. Eu estranhei e até fiquei um pouco ofendida com o tratamento indiferente que me dera, por dentro, a cada vez que ele levava a xícara de café a boca eu desejava que o líquido derramasse e o queimasse, nada muito sério, apenas o suficiente para lhe causar dor.

 Quando terminei de comer, seu olhar encontrou o meu e levou um segundo para que todos os pensamentos ruins fossem substituídos por lembranças molhadas e desejos reprimidos. Eu até soltei um gemido que o fez apertar o maxilar e depois o xinguei mentalmente por exercer tanto poder sobre mim. Ele deve ter percebido minha confusão mental porque sorriu de forma discreta, elevando apenas o canto superior direito da sua boca e murmurou que precisava discutir algo comigo em seu escritório, quando indaguei se ficaria novamente em casa, ele respondeu que sim, mas irá à empresa nesse primeiro horário do dia, então entendi que nossa conversa aconteceria depois.

— Você está atrasada. —Isadora declara, assim que atendo sua ligação e um sorriso me escapa.

— A noite não foi boa? —Indago, dando continuidade as teorias que T e eu montamos ontem sobre sua relação com seu chefe de segurança. Ela não responde nada por um momento, mas acaba cedendo as farpas e usa Saulo para revidar.

Franzo o cenho.

— Como sabe sobre ele? —Questiono, pois não lembro de ter falado sobre meu encontro com nenhuma delas. "Tenho meus meios", ela responde.

— Você sabe que ele e Tália tiveram um caso, certo? — Junto as sobrancelhas.

Que história é essa?

— Não, eu não sei sobre isso. — Declaro e apenas escuto sua respiração. Aguardo, porque sei que ela está alinhando as informações e peneirando os detalhes primordiais. —Isadora? —Chamo, começado a ficar impaciente com sua demora.

— Ele foi o primeiro traficante dela, Nora. — Direta e brutal. Deixo a toalha que usava para enxugar o rosto cair.

— Do que está falando? — Praticamente rosno. Ela não está falando sério, conheço Saulo desde que comecei a faculdade e de todos os alunos, ele sempre foi o mais justo e aplicado após mim. Ele não é um maldito traficante de merda.

Um suspiro.

— Exatamente o que ouviu, tenho um dossiê completo que comprova o que acabei de falar, caso você queira checar por contra própria. — Sento na borda da cama, digerindo suas últimas palavras.

— Por que você teria um dossiê do meu encontro de uma noite? — Questiono, algumas cenas de Saulo conversando com T no nosso primeiro ano sendo desarquivadas na minha memória. Eu não me enganaria tanto com uma pessoa, me enganaria? — Responda! — exijo.

NOSSO SEGREDO - LIVRO 1. CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora