Capítulo 03: Fazendo Caridade

22.4K 1.3K 256
                                    

Dois dias depois morando naquela casa e eu não estava conseguindo dormir

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dois dias depois morando naquela casa e eu não estava conseguindo dormir. E não era porque a cama era dura ou o quarto frio, mas sim porque o infeliz do filho do Damon resolveu dar uma festa enquanto nossos pais estavam fora. Poxa, eu tinha tentado ser legal com ele. Fui simpática e ganhei um monte de grosseria.

A música no primeiro andar estava alta demais e isso só aumentou meu estresse. Eu não tentei falar com ele de novo e achei que isso fosse tornar nossa relação mais aceitável.

Cansada de ficar deitada, vesti uma blusa de frio por cima do meu pijama e sai do quarto. No corredor, levei um susto quando vi dois casais se agarrando como se fosse o fim do mundo.

Pelo menos alguém está vivendo.

Ignorando eles, desci as escadas vendo a bagunça na sala de estar. Nunca vi tanta gente junta assim na minha vida.

Tive que empurrar muita gente para finalmente chegar no corredor que eu acho que levaria até a cozinha. Não tive tempo de explorar muito bem cada cômodo da casa.

Com a musica um pouco mais baixa, notei uma porta no final do corredor. Essa era maior que as outras e a madeira parecia mais resistente e escura.

Antes que eu pudesse entrar, uma voz chamou minha atenção.

- Novamente entrando sem ser convidada? - Bruno, a pessoa mais amável do mundo, falou.

Ele estava do outro lado do corredor e não parecia muito feliz em me ver.

- O que tem aqui? - perguntei.

Seus cabelos estavam um pouco bagunçados como se alguém tivesse passado um tempo considerável segurando os fios. Quero nem imaginar o que ele estava fazendo.

- Não é da sua conta.

Senti vontade de socar aquele rosto perfeitamente agradável.

- Vai morrer se me contar? - insisti.

Ele se aproximou me fazendo sentir o cheiro que estava impregnado na sua blusa. Álcool e fumaça. Apesar disso, também tinha o cheiro dele. Um cheiro muito bom.

- Por que você só não fica longe de onde não foi convidada? Tornaria as coisas mais fáceis. - exclamou, e tirou uma chave do bolso trancando a porta que eu queria entrar.

- Quer falar sobre tornar as coisas mais fáceis? Você está sendo um idiota comigo totalmente de graça. - falei.

Como se tivesse perdido o interesse na conversa, ele começou a caminhar para longe.

- Mais um motivo para ficar longe. - exclamou.

Segui ele não querendo desistir de novo.

- Vamos lá, isso não precisa ser difícil. - falei, andando ao seu lado. - Pelo menos me fala o que tem naquele cômodo e eu te deixo em paz.

Bruno parou de andar como se tivesse considerando minha proposta. No final, suspirou.

- É o escritório do meu pai. Na última festa uns idiotas trouxeram alguns porcos e trancaram os animais lá dentro. - disse, finalmente. - Por isso que tem que ficar trancado.

- Tá falando sério? - questionei, sentindo vontade de rir.

Damon deve ter ficado uma fera.

- Já respondi sua pergunta. Vai para o quarto.

E, rápido assim, ele voltou ao seu normal.

- Meu Deus, você é um imbecil.

Não parecendo se importar, ele voltou a andar me ignorando.

Alguns minutos depois, eu finalmente achei a cozinha. Bebi um pouco de água e peguei alguns pacotes de bolacha. Se é para ficar no quarto, que seja de barriga cheia.

Eu até podia ficar na festa, mas aquele povo não me causava um sentimento muito bom.

Usando o mesmo corredor que tinha o escritório do Damon, estava indo em direção a sala de estar quando vozes chamaram minha atenção. Me aproximei um pouco curiosa para saber do que se tratava o assunto. Dentro do cômodo tinha uma mesa de sinuca e dois sofás que pareciam confortáveis.

- Ela até que é bonita. - um garoto disse, e seu sorriso era até contagiante.

Olhos castanhos e cabelo curto o suficiente para me fazer questionar se ele foi no cabelereiro ontem. Bonito também, mas esse garoto parecia amigável.

- Pode ficar se quiser. - Bruno disse, e vi que segurava um copo transparente. - Quem sabe você ensina ela a ter bons modos.

O amigo dele riu.

- Pra que isso? Ela é sua meia irmã agora. - disse.

- Se meu pai gosta de fazer caridade trazendo uma ninguém para dentro de casa, eu não vou fazer a estadia dela aqui confortável.

Fazer caridade?

Uma ninguém?

Apertei as bolachas com mais força em meus braços e voltei a caminhar em direção ao meu quarto.

Chega de tentar mostrar minha melhor versão.

Joguei os pacotes em cima da cama e peguei meu celular. Sentindo raiva, tive que digitar três vezes até acertar o número certo.

- Polícia, como posso ajudar? - um homem atendeu do outro lado da linha.

Sorri já imaginando a cara do meu irmãozinho.

- Tem uma festa acontecendo na casa da frente e sei que está cheio de menores de idade.

Ele é o Filho Do Meu Padrasto // ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora