Eu não sabia como reagir aos acontecimentos da noite de sábado, então fiz meu melhor para fingir que nada aconteceu.
Tudo não passou de um delírio.
Bruno não me beijou, e eu com certeza não chorei igual uma doida enquanto esperava o ônibus em uma rua deserta.
Nem ferrando.
Além do que, agora eu tenho um novo amigo. Sabendo que minha mãe vai desaprovar o fato deu ter pegado um gato de rua, resolvi deixar o animal dentro do meu quarto.
Improvisei seu pote de ração e água usando duas tupperwares da cozinha.
- Você precisa se comportar enquanto eu estiver fora. - pedi, enquanto ele me olhava da cama. - É só não miar muito e eu volto rápido.
Hoje era segunda-feira e eu gostaria de voltar da escola e encontrar ele seguro no meu quarto.
Peguei minha bolsa e antes de sair, conferi para ver se ele teria comida suficiente até o final do dia. Satisfeita, sai do quarto e tranquei a porta.
Engoli em seco quando olhei para o lado e vi Bruno saindo também do seu quarto.
Existem duas opções quando estou a ponto de surtar após chegar no meu limite.
1: Eu entro no modo guerra e tento bater em qualquer um que atravesse meu caminho.
2: Eu simplesmente me desestabilizo e choro sem parar.
Infelizmente, sábado, aconteceu a segunda opção. E eu não estava orgulhosa disso.
Mas... tudo bem, eu tinha resolvido apagar tudo da minha cabeça e seguir em frente.
Ignorando sua presença, desci às escadas ouvindo seus passos atrás de mim.
Incomodada por minha saia estar subindo a cada passo que estava dando, segurei ela e entrei na cozinha. Minha mãe e Damon já estavam lá. Deixei minha mochila encostada na cadeira e sentei ao lado da porta. Bruno escolheu sentar na minha frente e foi impossível não olhar seu rosto... sua boca.
Ainda conseguia sentir suas mãos em mim e a sensação tinha sido boa. Porém, também me recordei de suas palavras grosseiras que eu não fiz nada para merecer.
- Helena? - ouvi minha mãe chamar. - Você quer suco?
- Ah... sim. Quero sim. - tentei firmar minha voz. - Obrigado.
Ela me passou a jarra e eu enchi o copo que estava na minha frente.
- Tudo bem se você levar a Helena para a escola, filho? Katherine vai precisar do motorista o dia inteiro. - meu padrasto perguntou.
Passar quase uma hora dentro do mesmo veículo com ele não me parecia uma escolha muito sábia.
Diz que não.
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Ele é o Filho Do Meu Padrasto // Concluído
Ficção Adolescente(CONCLUÍDA) Livro Um "Não é que seja proibido... é porque é real" Até onde você iria pelas coisas que sente em seu coração? Teria coragem de arriscar tudo que tem, ou que vai ter, por algo que nem planejou sentir? Helena nunca imaginei mudar de país...