Livro Um
"Não é que seja proibido... é porque é real."
Até onde você iria por algo que sente de verdade?
Teria coragem de arriscar tudo - o que tem e o que ainda nem viveu - por um sentimento que nunca planejou?
Helena nunca imaginou mudar de país...
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Os primeiros dias na França não foram como eu imaginei. Ok, que a casa era linda e os vizinhos pareciam legais, mas, agora com o Bruno aqui, não tinha mais desculpas para ele não ir para a empresa. Ele trabalhava de manhã, e voltava tarde, bem depois do almoço.
Eu gostaria de arrumar um emprego também, mas teria que esperar o bebê nascer primeiro.
- Droga. - exclamei, depois de jogar a panela de arroz em baixo da torneira da pia tentando abafar o cheiro de queimado.
Aquela fogão era cheio de botões e eu não sabia muito bem como abaixar o fogo. Então, acabei queimando o arroz.
Eu gostava daquela cozinha, só não sabia usar metade das coisas que estavam lá.
Fechei a torneira quando ouvi a campainha tocar. No fundo, eu desejei que fosse a Jennifer, mas o Bruno contou que ela estava viajando. Eu ia gostar de rever ela, sentia falta das nossas conversas.
Sai da cozinha e andei até a sala, depois de arrumar meu cabelo tentando parecer mais apresentável, eu abri a porta me arrependendo um segundo depois.
O que ela fazia aqui?
- Não vai me convidar para entrar? - minha mãe perguntou, enquanto segurava uma caixa branca em suas mãos.
Ela estava chique como sempre. Seus cabelos presos em um perfeito coque, e seu vestido era azul combinando com seus brincos.
Era até estranho pensar que aquela mulher era a minha mãe.
Eramos tão diferentes.
- O que faz aqui? - perguntei, finalmente.
A presença dela me deixava nervosa e eu não queria mais me sentir assim. Odiava essa sensação que ela me causava.
- Me deixa entrar Helena, aí conversamos. - exclamou, impaciente. - É assim que trata sua mãe?
Isso fez meu sangue ferver.
- Você não tem agido como minha mãe ultimamente, então porque eu te trataria como uma? - exclamei.
Sabendo que discutir com ela na porta não ajudaria em nada, dei espaço e ela entrou.
Minha mãe olhou em volta da sala parecendo curiosa, e no final, sua expressão mostrava aprovação.
- É bonita. - murmurou. - Bruno tem bom gosto.
- Fala o que você quer. - eu disse, querendo acabar logo com aquilo.