- E o que você vai fazer agora? - Beatriz perguntou, depois de ter estacionado o carro na frente do prédio.
Eu tinha contado metade das coisas que aconteceram comigo nas últimas semanas. Só não falei do Damon porque era algo entre o Bruno e eu.
E, eu também não achava que meu namorado fosse gostar de saber que eu contei que o pai dele estava fora de si para alguém que ele não conhecia.
Meu namorado.
É bom pensar no Bruno assim.
- Ainda não sei. - respondi. - Parece que estou sonhando.
Mas não era sonho.
Eu estava grávida, e mesmo não sendo planejado, eu sentia uma sensação boa em pensar nessa criança.
Era um filho meu e do Bruno.
Um filho do cara que eu amava, e que me amava também.
- Se você precisar de mais alguma coisa é só me ligar. - a ruiva disse, quando coloquei a mão na porta do carro.
Eu olhei na direção dela e sorri.
- Obrigada. - falei. - Se precisar de alguma coisa é só me ligar também.
Ela assentiu e eu saí do carro.
Quando entrei no apartamento, vi que o Bruno estava sentado no sofá dormindo com o notebook ainda no colo.
Fechei a porta e me aproximei dele. Tirei o notebook do seu colo e sentei do seu lado.
- Bruno. - chamei, e balancei de leve seu braço não querendo assustá-lo. - É melhor você deitar na cama.
Bruno abriu os olhos e passou a mão no rosto sonolento.
- Vem. - levantei, e segurei seu braço querendo fazer ele levantar.
Porém, Bruno usou a força que tinha e me puxou, me fazendo deitar com ele no sofá. Quando tentei levantar, ele me manteve no lugar passando uma das suas pernas por cima das minhas.
- Você está gelada. - ele murmurou, depois de abraçar minha cintura colocando a mão por baixa da minha blusa.
Resolvi relaxar no sofá e aproximei nossos rostos quase fazendo nossos narizes se tocarem. Ficamos um bom tempo só nos olhando até que eu resolvi quebrar o silêncio.
- Até que ponto quer ficar comigo? - perguntei.
Bruno franziu o cenho parecendo confuso.
- Não entendi. - exclamou.
- Só quero que você deixe claro como quer ficar comigo. - expliquei. - O que você quer?
Eu precisava saber porque com essa gravidez, tudo mudava. Ele não sabia ainda, mas...
- Bruno. - exclamei, quando ele apertou minha cintura quase me fazendo dar um pulo do sofá com o choque.
Não doeu, na verdade, eu senti cócegas.
- Eu não acredito que você está realmente me fazendo essa pergunta. - falou, não parecendo feliz. - Vou ter que colocar uma aliança no seu dedo para você entender finalmente que é a única mulher que eu quero?
Fiquei só olhando para seu rosto sem saber ao certo o que responder.
Eu não esperava aquela resposta, mas fiquei feliz de ouvir ele dizendo aquilo.
Me deixou mais confortável para contar sobre a gravidez.
- Acho que você não tem ideia do quanto eu te amo, Helena. - continuou. - Esses anos que passei longe de você só me fizeram ter mais certeza que eu quero que você seja minha. Minha de todas as formas que você estiver disposta a ser.
Bruno subiu sua mão e segurou meu pescoço me obrigando a manter minha atenção nele.
- Deixei claro agora?
Bruno enfrentou o pai dele para ficar comigo. Passou meses namorando uma garota que não gostava só para me proteger, então sim, eu entendia agora porque ele ficou irritado com a minha pergunta.
- Deixou. - respondi.
Meu celular começou a tocar naquele momento fazendo o Bruno me soltar. Enfiei a mão no bolsa da minha blusa e peguei ele para saber quem estava me ligando.
Quando li "mãe" na tela engoli em seco.
- O que foi? - Bruno perguntou, notando meu desconforto.
- É a minha mãe. - falei, e sentei no sofá.
Depois de respirar fundo, eu resolvi atender a ligação para saber o que ela queria.
- Alô.
Bruno sentou do meu lado e colocou a mão no meu ombro como se quisesse me dar forças.
- Finalmente, Helena. - minha mãe disse, do outro lado da linha. - Por acaso você estava me ignorando?
Sim, eu estava.
- Não. - menti.
- Eu preciso da sua ajuda. Fui até a casa do seu pai e você não estava lá. - contou.
Levantei do sofá sentindo meu coração acelerado.
- Como assim você foi na casa do meu pai? Onde você está? - perguntei, nervosa.
Bruno continuou sentado me observando atentamente.
- Você não estava respondendo minhas mensagens, e nem atendendo minhas ligações, então resolvi falar com você pessoalmente. - disse. - Pode me encontrar agora?
Fiquei alguns segundos calada sem saber o que responder.
- Helena? - chamou, parecendo impaciente. - Ainda está aí?
- Me fala onde você está. - pedi.
- Estou em uma lanchonete que fica perto da casa do seu pai. Se chama: "Bom Lanche" - disse. - Você vem agora?
- Sim. - respondi, reconhecendo a lanchonete pelo nome. - Não vou demorar.
Encarei a ligação e voltei a olhar o Bruno.
- Minha mãe está aqui e quer falar comigo. - falei, ainda surpresa.
Ela ter chegado no Brasil no mesmo dia que o Bruno com certeza era coisa do Damon.
Ele queria que ela encontrasse o Bruno comigo.
Esse era o tal "momento certo" que o loiro falou mais cedo.
- Quer que eu vá com você? - perguntou, também ficando de pé.
- Acho melhor fazer isso sozinha. - falei, sem certeza. - Eu não sei...
- Olha. - segurou meu rosto me fazendo encarar seus olhos. - Eu te levo, mas fico no carro te esperando. - sugeriu.
- Tudo bem. - falei.
Seria bom ter ele por perto enquanto eu conversava com a minha mãe.
Depois que ele vestiu uma blusa, nós saímos do prédio e fomos até a lanchonete.
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Ele é o Filho Do Meu Padrasto // Concluído
Teen Fiction(CONCLUÍDA) Livro Um "Não é que seja proibido... é porque é real" Até onde você iria pelas coisas que sente em seu coração? Teria coragem de arriscar tudo que tem, ou que vai ter, por algo que nem planejou sentir? Helena nunca imaginei mudar de país...