Depois que sentamos no tapete da sala, Bruno começou a falar, e cada palavra que saia da sua boca conseguia me deixar mais surpresa.
- Pra você entender eu tenho que começar do início. - disse me fazendo assentir. - Quando você foi embora, meu pai pareceu que tinha enlouquecido. Ele começou a monitorar meu celular e sempre que eu saia de casa, ficava no meu pé para saber onde eu estava indo.
Era óbvio que o Damon fazia aquilo com medo do Bruno falar comigo. Ele tinha chegado a me ameaçar, falou que se eu não terminasse com o loiro, ele iria contar tudo para minha mãe.
Fiquei quieta e deixei ele continuar.
- Estranhei porque meu pai sempre me deixou fazer tudo. Ai caiu a ficha que ele sabia sobre nós. - suspirou, como se tivesse cansado. - Deixei passar e fiz o que ele pedia, não queria brigar. Mas ele piorou quando começou a controlar com quem eu falava. Quando a Jeniffer aparecia lá em casa, ele sempre tentava ficar por perto para saber o que a gente conversava. E se ele não estava, pedia para a Lúcia ficar de olho. Tudo já estava um inferno, só piorou quando uma garota chamada Charlote se mudou para o condomínio. Meu pai gostou dela de primeira. Sua mãe não ficou muito atrás nisso.
Segurei a mão do Bruno sentindo que ele estava desconfortável enquanto contava aquela história.
Ele apertou minha mão aceitando o contato.
- Ela aparecia na mansão e meu pai fazia de tudo para nos deixar sozinhos. Um dia eu não aguentei mais fingir que gostava de sua presença e pedi para ele parar de convidá-la... - deu uma pausa. - Foi aí que ele arrumou um jeito de me controlar.
- E como ele fez? - perguntei.
- Ele te usou para isso. - respondeu, e eu franzi o cenho ficando confusa. - Ele ameaçou contar para a sua mãe que a gente ficava. Ele dizia:
"imagina o que a mãe dela vai fazer quando descobrir que vocês dormiam juntos? A relação delas não é muito boa, filho. Isso vai acabar com qualquer proximidade entre elas."
Não conseguia acreditar que o Damon tinha feito aquilo com o próprio filho.
Eu sabia que ele não aprovava uma relação entre o Bruno e eu... mas isso?
- Por causa disso eu comecei a fazer realmente tudo que ele queria. Aceitei sair com a Charlote e depois de um tempo... a gente ficou junto. - contou, e sorriu sem humor. - Eu achei que só ficaria no namoro, mas depois de um tempo meu pai começou a me pressionar para pedir a Charlote em casamento.
Lá estava a história do casamento de novo. Isso significa que minha mãe não tinha mentido?
- Mas eu me neguei. Nunca que pediria ela em casamento. Aquilo já tinha passado dos limites e meu pai já tinha perdido toda razão. - disse. - Eu falei que iria atrás de você e que não me importava mais com as ameaças.
Bruno me olhou e ele parecia tão perdido que eu comecei a sentir ódio do Damon.
- Eu sinto muito, Helena. Sua mãe já deve saber tudo a essa hora. Eu não estava aguentando mais.
Me aproximei dele e passei meus braços em volta do seu pescoço sentindo uma necessidade de abraça-lo.
- Ei, tudo bem. - falei, e ele me abraçou de volta me puxando para seu colo. - Eu não me importo. Você não precisava ter se rendido as vontades do seu pai.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ele é o Filho Do Meu Padrasto // Concluído
Teen Fiction(CONCLUÍDA) Livro Um "Não é que seja proibido... é porque é real" Até onde você iria pelas coisas que sente em seu coração? Teria coragem de arriscar tudo que tem, ou que vai ter, por algo que nem planejou sentir? Helena nunca imaginei mudar de país...