Capítulo 18: Exemplo De Mãe

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Quando minha mãe me obrigou a ir no clube com ela e suas amigas, não tive como negar

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Quando minha mãe me obrigou a ir no clube com ela e suas amigas, não tive como negar. Ainda mais quando ela jogou na minha que fugi do shopping semana passada e, por isso, estou em dívida com ela.

Colocando minha melhor versão educada, não sei quantas horas passei sorrindo para aquelas mulheres. Foi uma verdadeira tortura.

O bom é que tinha piscina e qualquer aborrecimento, enfiaria minha cabeça na água.

- Meu namorado me levou para Maldivas no nosso primeiro ano de relacionamento. - uma garota ruiva, absurdamente linda, falou.

Ela estava na piscina rodeada por mais cinco garotas. Me apoiei na beira enquanto escutava a conversa.

- Amiga, que romântico. - outra disse, encantada. - O meu só me levou para Nova York.

- Que pena, Penélope. - disse a ruiva. - Foi perfeito. Como nos filmes. - estava orgulhosa.

- Eu imagino. Talvez ano que vem eu tenha mais sorte.

Senti vontade de rir com a futilidade daquela conversa.

Que vida sofrida.

- E você? Tem namorado? - perguntaram, notando minha presença.

De repente as seis me olharam com bastante interesse.

Encarei a ruiva sabendo que qualquer palavra errada e elas me transformariam na piada do dia.

- Tenho sim, mas ele nunca perderia tempo me levando nas Maldivas. Lugar mais ultrapassado. - suspirei, entediada e coloquei meus óculos de sol. - Tão 2013.

- Você está brincando? Aquele lugar é perfeito. - outra menina disse.

- Sinceramente? Já foi maravilhoso sim. Mas hoje em dia só serve para encher os olhos de quem não tem criatividade nenhuma.

Eu obviamente estava mentindo. Maldivas era um sonho de consumo, mas estava impagável a cara da ruiva.

- Então onde seu namorado costuma te levar?

Dei de ombros.

- Conhece Albriogue? - falei, o nome mais estranho que inventei na hora.

- Nunca ouvi falar.

- Eu não duvido. É um local da realeza, super exclusivo. - confessei. - Quando vocês se tornarem importantes o suficiente talvez recebam um convite de lá.

Querendo ter uma saída gloriosa, nadei até às escadas.

- É melhor eu ir. Meu amorzinho disse que me pegaria de helicóptero hoje para um passeio, mas não quero escandalizar as pessoas. - falei, subindo as escadas. - Então pedi para ele trazer só o jatinho.

Deixando elas para trás, peguei uma toalha e fui até o banheiro.

Estava secando meu cabelo no banheiro quando minha mãe apareceu. Sabendo que ela ia me encher o saco, respirei fundo.

Lá vamos nós.

- O que você fez? - questionou, quando parou na minha frente.

- Nadei.

- Estou falando sério, Helena Aliás Ferraz. O que você fez para estarem falando de você pelos cantos? - insistiu, brava.

Coloquei a toalha na pia e encarei seus olhos claros.

- Desculpa se eu não agi como um robô perto de quem só queria me rebaixar. - exclamei.

- Você não pode só por um momento agir feito elas? Por que é tão difícil pra você?

- Meu Deus, você me ouviu? Elas estavam tentando me rebaixar.

- Você sempre vem com as mesmas desculpas para agir assim. - insistiu. - Falando que ninguém te entende, o quão diferente você é.

Na realidade, era ela que não me entendia. Nunca entendeu.

- Por que me trouxe se eu sou um caso perdido? Me deixa apodrecer naquela casa. Ou melhor, me manda de volta para o meu pai.

- Então tudo isso é pra voltar para seu pai? Você não vai escapar tão fácil assim, Helena. - avisou, séria. - Você vai entrar na linha, nem que eu tenha que te enfiar em um colégio interno.

Com essas palavras, ela saiu do banheiro me deixando sozinha.

Encarei minha imagem no espelho enquanto me recusava a chorar.

Ela nunca vai mudar, então era eu que tinha que parar de me importar.

E daí que ela achava que eu fosse um caso perdido? Talvez fosse mesmo, mas que exemplo de mãe ela já foi algum dia?

Segurando o choro com mais força, um grito de frustração ameaçou sair dos meus lábios.

- Foda-se, você, Katherine. - exclamei, e depois de me trocar, fui embora sem aviso nenhum.

Ele é o Filho Do Meu Padrasto // ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora