Os próximos dias foram rápidos e cansativos. Apesar de tentar focar no meu trabalho, Bruno estava no topo das minhas preocupações.
Ele não tinha dado notícias ainda e eu já estava ficando cansada de esperar. Eu sabia que alguma coisa bem ruim tinha acontecido.
- O que você está fazendo? - perguntei, depois de deixar minha bolsa em cima do balcão.
Eu tinha acabado de chegar em casa e já dei de cara com vários balões jogados no chão da sala.
- Vou fazer uma festa de aniversário para o John. - Camila contou, e encheu outra bexiga.
Meu irmão estava sentado no tapete brincando com um balão vermelho.
- Mas o aniversário dele é só ano que vem. - falei, confusa.
- A vizinha da frente fez uma festa para o filho dela e não convidou meu filho. Então meu bebê vai ganhar uma festa e vou fazer questão de ir até lá e convidar o filho dela. - Camila exclamou, sorrindo.
- Está falando, sério? - perguntei, surpresa.
Camila levantou e ergueu um papel na minha direção.
- Sim, e você vai me ajudar. - falou, e eu peguei o papel. - Você vai no mercado e vai comprar tudo que está nesta lista.
Passei o dia todo trabalhando e ainda tinha que ouvir as maluquices da minha madrasta.
- Você não pode fazer essa festa outro dia? - perguntei. - Eu tô morrendo de sono.
- Seu pai não chegou ainda e só me sobrou você. Vai negar isso? É seu irmão. - ela disse, e apontou para o John. - Imagina ele sorrindo enquanto a gente canta parabéns?
Ela estava tentando fazer chantagem emocional, mas não ia rolar.
- Mas não é aniversário dele, Camila.
Ela segurou meus braços e me olhou profundamente.
- Por favor?
Camila nunca pedia "por favor". Dar o troco na vizinha era realmente importante para ela.
Eu suspirei e andei até a porta decidindo me render.
- Ainda acho isso um exagero.
- Não demora. - disse, parecendo satisfeita.
Chegar no supermercado não foi difícil, mas assim que vi a fila do caixa, senti vontade de xingar a Camila.
Eu deveria estar dormindo nesse momento, não participando de uma vingança besta.
Eu estava olhando os copos de plásticos quando vi o Diego do outro lado do corredor.
Não pensei duas vezes e fui até ele.
- Fico feliz de saber que você está vivo. - falei, assim que me aproximei.
Diego me olhou rapidamente e depois voltou sua atenção para os pacotes de bolacha.
- Que bom. - exclamou.
Ele não parecia muito feliz com minha presença, mas eu não me importei.
- Você disse que queria me encontrar e depois não enviou mais nada. - falei.
- Eu mudei de ideia quando vi você beijando outro cara. - ele pegou uma bolacha e se afastou.
- Me viu quando? - perguntei, seguindo ele.
- Um dia depois da boate eu fui até seu trabalho e te vi lá com ele. - respondeu. - Você é bem rápida, Helena.
- Não é questão de ser rápida. Tem coisas que você não sabe.

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Ele é o Filho Do Meu Padrasto // Concluído
Teen FictionLivro Um "Não é que seja proibido... é porque é real." Até onde você iria por algo que sente de verdade? Teria coragem de arriscar tudo - o que tem e o que ainda nem viveu - por um sentimento que nunca planejou? Helena nunca imaginou mudar de país...