(CONCLUÍDA)
Livro Um
"Não é que seja proibido... é porque é real"
Até onde você iria pelas coisas que sente em seu coração? Teria coragem de arriscar tudo que tem, ou que vai ter, por algo que nem planejou sentir?
Helena nunca imaginei mudar de país...
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Depois do susto de quase ter sido atropelada ter passado, Bruno me levou até seu carro. Quando ele entrou e viu que eu estava com o cinto bem preso, perguntou onde era minha casa.
- Não posso ir pra casa. - falei, sabendo que meu pai ainda estava acordado.
Ele não gostava quando eu voltava pra casa bêbada por causa do John. Então, quando eu bebia, ia pra casa da Beatriz e passava a noite lá.
Bruno colocou as mãos no volante e eu vi que na sua mão esquerda tinha uma tatuagem.
A tatuagem cobria o dorso da sua mão e o desenho era a cabeça de um lobo. O animal tinha o pelo preto e parecia irritado.
Era lindo.
Senti vontade de sorrir porque com certeza aquela tatuagem deixou o pai dele nervoso.
Damon nunca que ia ficar feliz em ver seu herdeiro com uma tatuagem que nem um terno conseguia esconder.
- Posso te levar para o apartamento que aluguei. - ele ofereceu.
Encostei minha cabeça na janela e concordei fazendo ele ligar o carro.
Passamos a viagem toda em silêncio, e quando eu estava quase dormindo, ele estacionou o carro na frente de um prédio que o aluguel custava três vezes mais que o preço da casa própria do meu pai.
Eu nem deveria ficar surpresa com aquilo. Bruno morava em uma mansão então era óbvio o tipo de lugar que ele se hospedava.
Saímos do automóvel e andamos até o prédio. O porteiro acenou para o Bruno antes de nos deixar passar pela porta giratória.
- Como você sabia onde eu estava? - perguntei, quando entramos no elevador para quebrar o silêncio.
Bruno apertou o botão do seu andar antes de responder.
- Eu não sabia. Estava dando uma volta de carro e vi você entrar na boate com uma garota de cabelo vermelho. Horas depois você saiu e não parecia bem, então me aproximei. - contou.
Fiquei parado ao lado dele e notei que o loiro parecia mais alto, e eu não tinha crescido nem um pouco nos últimos anos.
Deus tinha seus preferidos.
A porta do elevador abriu e eu segui ele até uma grande porta marrom.
- Você quer alguma coisa? - Bruno, perguntou assim que entramos no apartamento.
Andei até a sala e vi que não tinha nenhum retrato na estante onde estava a televisão.
- Não, obrigada. - respondi, sabendo que se eu comesse alguma coisa passaria mal.
Sentei no sofá e senti meu corpo toda relaxar.
Eu sabia que assim que fechasse os olhos eu cairia em um sono profundo.
- Eu peguei pra você. - ele disse e tirou meu celular do seu bolso. - Amanhã eu pego seu carro.
Peguei o celular da mão dele e vi que tinha várias mensagens da Beatriz e só uma do Diego.
"Desculpa pela forma que falei com você hoje. A gente pode conversar amanhã de novo?"
Eu sabia que ele tentaria voltar comigo. Diego pelo jeito ainda tinha esperanças de me fazer mudar de ideia.
Depois de responder um "Tudo bem" para ele e falar para a Beatriz que eu estava bem, desliguei meu celular.
- Você pode ficar em um dos quartos, é melhor que dormir aqui. - Bruno disse quando me viu deitar no sofá.
Continuei deitada e fechei os olhos decidindo me entregar ao sono.
- Helena. - ele chamou e quando abri os olhos, foi para ver ele agachado na minha frente.
Bruno estava tão perto que eu conseguia sentir sua respiração no meu rosto.
- Sabe... quando minha mãe disse que você iria casar eu achei que nunca mais fosse te ver de novo. - falei baixinho e ele só conseguiu ouvir porque estava perto.
Ele franziu o cenho parecendo confuso.
- Casar? - perguntou, sem entender. - Eu não vou casar, Helena.
Agora eu que estava confusa.
Por que minha mãe mentiu?
- Eu vou te levar para o quarto. - disse, ficando de pé.
Segurei sua mão não querendo que ele se afastasse.
- Fica aqui comigo. - pedi.
Ele não pensou duas vezes antes de sentar no tapete e ficar encostado no sofá. Continuei segurando sua mão e vi que era a tatuada.
Passei meus dedos pelo desenho do lobo vendo que de perto era ainda mais bonito.
- Você ainda não me disse o que está fazendo aqui. - quebrei o silêncio minutos depois.
- Por que mais eu estaria aqui, Helena? - ele disse me fazendo parar de admirar sua tatuagem e encarar seus olhos azuis. - Estou aqui por você.
E foi depois daquela resposta que eu finalmente dormi sabendo que ele ainda estaria ali quando eu acordasse.
