Capítulo 14: Poucas Coisas Me Fascinam

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- Você já leu esse? - ouvi uma voz masculina perguntar ao meu lado

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- Você já leu esse? - ouvi uma voz masculina perguntar ao meu lado.

Me virei dando de cara com um garoto alto de simpáticos olhos castanhos.

Já tinha batido o sinal da saída, mas como eu não estava com vontade de voltar para casa, resolvi dar um pulo na biblioteca.

Olhando o livro aleatório que peguei na prateleira, balancei a cabeça de forma negativa.

- Não, só estava dando uma olhada. - respondi.

O garoto sorriu.

- Você é nova por aqui, né? Desculpa não te reconhecer, eu passo mais tempo aqui do que no resto da escola.

Aquela informação me deixou feliz porque mostrava que ele não estava no dia que o Bruno me humilhou no auditório.

Para ele eu era só mais uma novata.

- Sou sim, cheguei faz pouco tempo. - respondi.

Senti meu celular vibrar no meu bolso e resolvi ignorar. Tenho certeza que era o Bruno perguntando onde eu estava. Ele estava com essa mania agora de me encher de mensagens como se fossemos amigos.

- Eu faço parte do clube do livro. É toda sexta-feira depois da última aula. - o garoto voltou a falar. - Se quiser aparecer por lá.

- Eu agradeço, mas não sou muito fã de leitura. - fui sincera.

- É uma pena. Só estava querendo uma desculpa para te ver de novo.

Sua forma direta de agir me deixou tão surpesa que quase deixei o livro cair no chão.

Vendo meu embaraço, ele se aproximou parecendo culpado.

- Desculpa, minha irmã vive reclamando que não sou muito discreto. - exclamou. - Eu nem te falei meu nome e já estou dando em cima de você. Aliás, sou o Nathan.

- Tudo bem. - apertei sua mão quando ele estendeu na minha direção. - Sou a Helena.

Sentindo o clima de repente mudar, nem precisei me virar para saber que o Bruno tinha entrado na biblioteca. Segundos depois, senti suas mãos em meus ombros e então seu peito encostar nas minhas costas.

Alto e quente.

Fiquei tão surpresa por ele estar agindo com tanta intimidade comigo que não tive reação.

- Eu te achei, coeur. - disse, perto do meu ouvido, mas em um tom alto para o Nathan ouvir.

- O que está fazendo? - questionei.

- Você não apareceu e eu mesmo vim te buscar. - respondeu, e suas mãos apertaram meus ombros. - Sabe que odeio esperar.

Bruno olhou para o garoto na nossa frente e sorriu.

- Como vai, Nathan? - falou, com falsa simpatia. - Estava fazendo companhia para minha garota enquanto eu não estava?

Sua o que?

- Ah, desculpa, não sabia que ela era sua namorada. - disse, constrangido.

- Eu não sou. - exclamei.

- Quieta, coeur. Sei que ainda tem receio dos nossos pais descobrirem, mas não precisamos esconder isso na escola. - Bruno, disse.

Nathan exclamou mais alguma coisa e então saiu nos deixando sozinhos.

Ouvindo a risada de satisfação do Bruno, me virei e empurrei seu peito para ele parar de me tocar.

- Qual é seu problema?

- Foi só uma brincadeira. - falou, divertido.

Devolvi o livro para a prateleira e sai de perto dele.

Não que eu tivesse interessada no Nathan ou coisa do tipo, mas ele parecia um cara legal.

Quando cheguei no estacionamento, passei direto pelo carro do Bruno e sai do colégio.

Prefiro ir até um ponto de ônibus do que suportar mais um pouco da sua presença.

Andei por pelo menos dois minutos até ouvir seu carro começar a me acompanhar.

- Vai chover, Helena, entra logo no carro. - ouvi sua voz ordenar.

Continuei andando e seu carro foi me acompanhando.

- Se você não entrar eu vou colocar a música mais insuportável do mundo no último volume e fazer todo mundo te olhar.

Quando ignorei, ele fez exatamente o que ameaçou.

Uma música horrível começou a tocar pelo alto falante e ficou difícil de até ouvir meus pensamentos. Sem falar que a letra era absurdamente obscena.

As pessoas em volta começaram a me olhar e como o Bruno estava protegido pelo carro, ganhei a atenção toda.

Respirei fundo e entrei no veículo me sentindo derrotada.

- Essa foi nossa primeira briga como um casal. - disse, desligando o som. - Eu deveria te comprar flores ou chocolates?

- Prefiro que cale a boca.

- Não sei porque está tão irritada. Nathan não parece que faz seu tipo. - falou.

- E o que você sabe sobre meus gostos? - questionei, quando ele parou em um sinal vermelho.

- É só um palpite, mas... eu acho que você gosta de loiros.

Não consegui segurar a risada.

Estávamos quase chegando no condomínio quando ele desviou o caminho me deixando confusa.

- O que está fazendo?

- Vou te levar em um lugar, mas não se iluda, não é um encontro. - disse, dirigindo.

- Eu não quero ir a lugar nenhum com você.

- Mas você já está indo, coeur. - falou, debochado. - A outra opção é pular do carro em movimento, então faça uma escolha sábia.

Cansada de segurar minha bolsa, joguei ela no banco de trás e encarei a paisagem pela janela.

- Por que quer sair comigo? Achei que não me suportasse.

- Talvez eu queira ser seu amigo. - respondeu, sorrindo. - O que acha?

- Que você pode até não fumar, mas com certeza está usando drogas.

Rindo, ele esticou sua mão e apertou minha perna levando um tapa como resposta.

- É difícil algo me fascinar, Helena, mas quando acontece... - disse, sem me olhar. - Eu fico viciado.

Ele é o Filho Do Meu Padrasto // ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora