Dias depois...- Bruno, procura direito. - pedi, enquanto falava com ele pelo celular.
Eu acordei bem cedo e fui no mercado comprar algumas coisas para fazer o almoço. No entanto, assim que cheguei em casa e abri as sacolas na cozinha, percebi que deixei a sacola com a carne no carro.
Eu estava com tanta vontade de comer carne com batata que fiz o Bruno descer no estacionamento para pegar a carne, mas ele me ligou avisando que não estava achando.
- Eu procurei no carro todo. Não está aqui. - afirmou, mais uma vez. - Tem certeza que você comprou a carne?
Suspirei.
- Claro que tenho. - falei, e então comecei a lembrar da minha ida ao mercado.
Peguei duas cebolas, três cabeças de alho, tempero e quando fui comprar a carne... a fila estava muito grande e acabei desistindo.
- Droga. - exclamei, e sentei no sofá me sentindo uma idiota. - Desculpa, eu não comprei a carne.
- Tudo bem. - ele disse, e então ouvi o barulho da porta do carro fechando. - Eu vou no mercado comprar.
Sorri e encostei minhas costas no sofá.
- Obrigada. - exclamei.
- Vai querer mais alguma coisa?. - perguntou.
- Não, só a carne mesmo. - respondi.
- Não vou demorar. - avisou, e depois encerrou a ligação.
Levantei do sofá e fui até a cozinha para cortar logo as batatas e adiantar as coisas.
Tirei as batatas da sacola e as coloquei em uma vasilha que peguei no armário. Com as batatas na vasilha, eu estava indo pegar a faca na gaveta quando ouvi um barulho estranho na porta.
Querendo saber que barulho era aquele, me afastei da mesa e voltei pra sala. Parei na frente da porta e quando fui colocar a mão na maçaneta, ela começou a girar me fazendo dar alguns passos para trás.
Alguém estava tentando entrar.
Eu sabia que não era o Bruno porque ele tinha uma chave, e também porque ele tinha acabado de sair.
A maçaneta parou de girar e sentindo meu coração acelerado, eu corri até meu celular, mas, antes que eu pudesse fazer uma ligação, ouvi uma voz feminina falar:
- Eu só quero conversar.
E não precisei de muito tempo para reconhecer aquela voz.
Charlotte.
- Vai embora. Eu vou chamar a polícia. - exclamei, de volta, sentindo a mão que eu estava segurando o celular tremer.
- Helena... - disse, e ela parecia impaciente. - Não é necessário. Sai e vamos conversar um pouco.
Ela só podia estar de brincadeira.
Ainda com as mãos tremendo, mandei uma mensagem para o Bruno sabendo que eu não podia ficar sozinha com a doida do outro lado da porta.
"Charlotte está aqui. Volta rápido."
Era óbvio que ela sabia que eu estava sozinha, Charlotte nunca ia tentar falar comigo se o Bruno estivesse por perto.
Se ela sabia que ele tinha saído, é porque ela estava perto vigiando.
Ou seja...
O segurança não viu ela sair aquele dia do prédio... porque ela nunca saiu do prédio.
Charlotte estava esse tempo todo escondida no outro apartamento.
- Bruno já está voltando. - avisei.
Ela voltou a mexer na maçaneta ficando irritada.
- Deixa de ser idiota, garota. Eu só quero conversar. - disse, e bateu na porta.
- Se quisesse só conversar não tinha fingido ser nosso vizinha. - exclamei, e li a mensagem que o Bruno mandou.
"Estou voltando. Chamei a polícia"
Respirei fundo tentando ficar calma.
- E você acreditou. - riu. - Sério, Helena? Eu estava arrombando a porta e você praticamente se ofereceu para me ajudar.
- Eu não sabia que era você. - murmurei, sabendo que manter ela falando era o melhor.
Se a polícia chegasse e encontrasse ela tentando invadir o apartamento, Charlotte seria presa.
Tinha o segurança do prédio também, ele podia me ajudar a tirar ela daqui mais rápido.
Abri meus contatos no celular e comecei a procurar o número da portaria.
- Eu só queria conhecer você. Ver por quem o Bruno me trocou. - falou. - Mas, eu não posso deixar ele ir tão fácil assim, Helena. Damon me prometeu muita coisa.
- Isso não é problema meu. - exclamei, ainda procurando o número da portaria.
- Não, não é. - disse. - Mas você ainda está no meu caminho. Você, e essa criança que ainda nem nasceu.
O jeito que ela se referiu ao bebê que eu estava esperando fez minha pele arrepiar com uma sensação horrível.
- O que você quer? - perguntei, tentando manter minha voz firme. - Você quer dinheiro?
- Eu não preciso de dinheiro. - começou. - Damon me prometeu um lugar na família. Um lugar que me faria ser respeitada. Mas, então, de um dia para o outro, ele parou de atender minhas ligações. Ele me descartou como se eu fosse nada. Agora, eu posso ver o porquê...
Depois de achar o número da portaria, eu liguei e a Charlotte pareceu perceber algo estranho porque eu fiquei quieta.
- Ok, se você quer fazer assim. - disse. - Eu ainda vou esperar ansiosa pela nossa conversa.
Então, ela foi embora me deixando com uma certeza. Com a Charlotte solta por aí, Bruno e eu, nunca teríamos paz.
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Ele é o Filho Do Meu Padrasto // Concluído
Teen Fiction(CONCLUÍDA) Livro Um "Não é que seja proibido... é porque é real" Até onde você iria pelas coisas que sente em seu coração? Teria coragem de arriscar tudo que tem, ou que vai ter, por algo que nem planejou sentir? Helena nunca imaginei mudar de país...