Capítulo 61: Mensagens

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- Acabei de perceber uma coisa. - falei, ao entrar no quarto e encontrar o Bruno secando o cabelo.

Ele tinha acabado de sair do chuveiro e estava só com uma toalha enrolada em volta da sua cintura.

Eu sabia que ele não ia vestir nada porque o mesmo gostava de dormir sem roupa.

- O que? - perguntou, parando de secar seu cabelo para me olhar.

Sentei na cama e cruzei minhas pernas antes de voltar a falar.

- Eu não sei sua cor favorita. - comecei. - Nem sua comida favorita. Não sei praticamente nada sobre você.

Isso era horrível porque eu deveria saber essas coisas sobre o cara que eu amava. E, o fato dele também não saber essas informações básicas ao meu respeito tornava tudo pior.

- Verde. E não tenho comida favorita. - contou, e depois voltou a secar seu cabelo.

- Só isso? Nenhuma história melodramática? - eu estava frustrada.

Ele me olhou e sorriu.

- Quer que eu te conte uma história melodramática envolvendo minha cor favorita? - parecia achar graça.

Suspirei.

- Não, só quero saber mais sobre você. - falei, e então lembrei de um assunto. - E sua mãe?

Bruno largou a toalha que estava secando o cabelo no chão e se aproximou.

Eu odiava quando ele fazia isso, mas deixei passar porque sua resposta me interessava.

Ele sentou do meu lado me fazendo encarar seu rosto de perto.

- Não tenho muito o que falar sobre ela, Helena. Minha mãe foi embora quando eu tinha 13 anos. - disse. - Um dia ela simplesmente cansou de ser minha mãe e se foi.

Ele não parecia incomodado em falar sobre aquele assunto.

Era como se ele tivesse superado.

- Sinto muito. - por mais que ele não se incomodava, eu sentia um aperto no peito.

- Não sinta. - falou, e deu de ombros. - Não tenho raiva dela. Não mais.

Aproximei meu rosto do seu ombro e deixei um beijo lá como se para falar que eu estava ali com ele.

- Nunca tentou ir atrás dela?

- Pra que? Se ela não voltou até agora é porque está feliz onde está. - ele disse. - Espero que esteja mesmo.

Eu queria ser como ele em relação a minha mãe. Se eu fosse, não iria querer chorar sempre que eu lembrava que não era boa o suficiente para ela.

- Como vocês estão? - ele perguntou alguns segundos depois.

Fiquei confusa quando ele disse "vocês", mas então lembrei da gravidez.

Eu ainda não estava acostumado com a ideia de outro ser vivo estar crescendo dentro da minha barriga.

- Estamos bem. - respondi.

Apesar dos enjôos, eu estava bem mesmo.

- Está com fome? - ele levantou como se para ir até a cozinha.

Eu sorri e segurei sua mão.

- Muita. - puxei ele na minha direção e deitei na cama fazendo seu corpo cair em cima do meu.

Tirei sua toalha e enrolei minhas pernas em volta da sua cintura quando ele se inclinou para me beijar.

Eu sentia uma fome tão grande por ele que eu sentia que nunca teria fim.

Eu sentia uma fome tão grande por ele que eu sentia que nunca teria fim

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No meio da madrugada, eu acordei com o barulho da chuva caindo lá fora.

Levantei da cama e fechei todas as cortinas sabendo que se eu não fizesse isso, a claridade do sol iria invadir o quarto daqui algumas horas.

Depois de ir ao banheiro, eu estava pensando em voltar para a cama quando ouvi o celular do Bruno tocar na cozinha.

Segui o barulho do aparelho e encontrei ele em cima do balcão.

Fiquei assustada quando peguei o celular na mão e vi dez ligações perdidas e mais de 20 mensagens não lidas.

Quem estava fazendo isso às duas horas da manhã?

Eu abri uma mensagem ficando curiosa e me arrependi um segundo depois.

"Por que está me ignorando? Eu fiz alguma coisa errada? Bruno, por favor, responde"

Era a Charlote.

Naquele momento, ela mandou outra:

"Eu só quero falar com você. Seu pai também está me ignorando"

Desliguei o celular para ela parar de mandar mensagem e voltei para o quarto.

Eu tinha decidido que não ia mais deixar ninguém me tirar do sério, e nem me atrapalhar mais com o Bruno.

Charlote, era como o Diego, não estava aceitando muito bem o fim de uma relação.

Quando deitei ao lado do Bruno, ele se mexeu e abriu o olhos.

- Tudo bem? - perguntou, sonolento.

- Tudo sim. - respondi. - Pode voltar a dormir.

Bruno me abraçou puxando meu corpo para perto do seu. Eu relaxei em seus braços sentindo uma sensação de paz que não sentia a muito tempo.

Encostei minha cabeça em seu peito e fechei os olhos resolvendo de novo me render ao sono.

Ele é o Filho Do Meu Padrasto // ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora