Capítulo 07: Ser Mais Direta

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Foi só completar um mês que as coisas no colégio começaram a ficar estranhas

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Foi só completar um mês que as coisas no colégio começaram a ficar estranhas. No começo, por conta do que o Bruno fez no auditório, meus colegas só ficavam fofocando quando eu passava por eles, mas agora... eles começaram a agir. Antes da primeira aula, encontrei uma blusa de frio com um bilhete:

"Espero que sirva"

- Eu vou matar ele. - murmurei, quando Jennifer terminou de ler o maldito bilhete. - Melhor, vou castra-lo.

- É até um gesto fofo. - ela comentou, pensativa. - O povo aqui não costuma ser assim.

- Eles acham que estou passando fome. Uma coitada que mora de favor na casa dos Renault's.

Depois do episódio na piscina, fiz de tudo para não deixar mais meu caminho cruzar com o do Bruno. Tanto em casa, quanto na escola. Ele também não estava tão interessado na minha presença.

- Vai passar, as pessoas esquecem rápido. - tentou me consolar.

Estávamos indo em direção a sala quando um aluno parou na nossa frente. O garoto ajeitou seus óculos no rosto e encarou o chão parecendo envergonhado.

- Helena, né? - eu assenti, curiosa. - O diretor está te chamando na sala dele.

- Você sabe por que? - questionei.

Eu não tinha feito nada de errado nas últimas semanas, não entrei em nenhuma briga ou discussão. Se algo tiver errado, minha mãe vai me encher o saco. Ela ainda acha que eu era culpada por estar estressando o Damon.

- Ele só me pediu para te chamar. - respondeu, ainda sem me olhar.

Eu agradeci ao garoto e ele praticamente correu da nossa frente. Pessoas tímidas eram engraçadas.

- Eu te espero na sala. - Jennifer disse. - E não se preocupe, se fosse algo sério o diretor viria pessoalmente te chamar na frente da sala toda. Aquele homem sempre gostou de um bom drama.

Me afastei dela e andei até a sala do diretor. Bati na porta e depois de ouvir sua voz do outro lado, entrei na sala. Era um lugar espaçoso e cheio de troféus e papéis de diplomas nas paredes.

Sr. Richard era bem orgulhoso do seu trabalho.

- Você pediu para me chamar. - falei, fechando a porta. - Aconteceu alguma coisa?

Ele apontou a cadeira na frente da mesa e só falou depois que sentei.

- Eu realmente fico muito feliz de saber que meus alunos estão se empenhando tanto em ajudar alguém... ainda mais quem não tem muito privilégio. - começou, quase cansado. - No entanto, não é legal transformar essa instituição em um local para doações.

- Não entendo. - falei, apreensiva. - Eu não pedi nada pra ninguém.

- Não disse isso. Porém, continuo recebendo bilhetes onde estão perguntando se é possível deixar algumas coisas para você. - explicou. - Eu neguei todas as doações e pedi que enviassem para algum abrigo, mas preciso que você seja mais direta com seus colegas, Sr. Ferraz.

Estava decido, Bruno seria castrado. E eu faria isso lentamente para ele sentir cada segundo da tortura.

- Farei o possível para fazer tudo isso parar. - falei, tentando manter a calma.

Ele assentiu.

- Agradeço sua ajuda. - exclamou. - Pode voltar para sua aula.

Levantei, mas antes de sair, o diretor me chamou novamente. Apontou para uma caixa no canto da sala me deixando curiosa.

- Foi a única doação que não consegui recusar e já que está com seu nome na caixa, vai saber o que fazer com ela.

Peguei a caixa notando como era pesada. Quase morrendo, sai da diretoria e coloquei meu "presente" em um banco perto do bebedouro.

Abri um pouco a caixa e senti ódio quando vi o que tinha dentro.

Comida.

Era uma cesta básica.

Ele é o Filho Do Meu Padrasto // ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora