Capítulo 46: Eu Te Fiz Uma Promessa

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Eu estava ciente que passar mais 10 minutos trancada dentro daquele banheiro não iria me ajudar em nada

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Eu estava ciente que passar mais 10 minutos trancada dentro daquele banheiro não iria me ajudar em nada. Só que eu ainda não conseguia sair. Depois que acordei na cama de um dos quartos desse apartamento, me bateu um desespero e eu me enfiei aqui dentro.

A verdade era que eu não fazia ideia do que falar para o Bruno.

Eu estava sóbria agora e era tudo mais complicado.

- Helena? - Bruno bateu na porta me fazendo tomar um leve susto. - Está tudo bem?

- Sim... - encarei a porta como se pudesse enxergar ele através dela. - Já estou saindo.

- Eu vou estar na cozinha se você precisar de alguma coisa. - falou e ouvi passos dele se afastando.

Vamos lá, Helena, você nunca foi covarde.

Ok, eu já fui sim, mas eu não ia ser agora.

Fiquei feliz quando encontrei uma escova de dente em um saquinho plástico na gaveta da pia. Depois de escovar os dentes, eu joguei um pouco de água no rosto e prendi meu cabelo para tentar melhorar minha aparência.

Tomei coragem e sai do banheiro sabendo que eu ia conseguir lidar com o resto.

Quando entrei na sala minha atenção foi toda para a grande janela de vidro que ocupava metade da parede. Eu não tinha prestado atenção nela na noite passada.

Me aproximei e olhei para baixo vendo os carro na rua. Estava chovendo e parecia que só iria piorar.

Ouvi um baralho na cozinha e fui até lá para saber o que o Bruno estava fazendo.

- Olha só quem apareceu. Achei que estava se escondendo de mim. - ele disse colocando uma xícara em cima da mesa.

Reparei que ele usava uma blusa branca e uma calça de moletom azul. Seu cabelo estava úmido como se ele não tivesse se importado em secar quando saiu do banho.

- Impressão sua. - menti.

Claro que ele ia perceber que eu estava me escondendo.

- Claro que é. - sorriu como se tivesse achado graça. - Quer tomar café?

Me afastei do balcão e sentei na mesa vendo que ela estava recheada de comida. Tinha pão, bolo, torta.

- Não acha que tem muita comida para duas pessoas?

Eu não achei ruim, na verdade, senti mais fome. Mas eu não ia conseguir comer tudo aquilo.

Bruno sentou do meu lado e colocou a xícara na minha frente.

- E você não acha que é muito perigoso dirigir por ai bêbada? - fez outra pergunta.

- Eu não ia dirigir. - exclamei e observei ele encher minha xícara de café. - Meu celular estava dentro do carro e eu só queria pegar ele.

Apesar de ter passado dos limites ontem, eu conseguia lembrar de tudo que aconteceu.

- Se você está falando. - seu tom de voz entregou que ele não tinha acreditado. - E não, eu não acho que tem muita comida nessa mesa. Você tem que comer bem depois do que aconteceu ontem.

- Você não vai esquecer, né? - perguntei.

- Só quero que tome cuidado. - disse.

Pelo menos uma coisa não tinha mudado: ele continuava se preocupando demais comigo.

Assenti e tomei um pouco do café. Estava tão bom que até conseguiu fazer com que eu me sentisse melhor.

Eu queria saber de tudo sobre o Bruno. O que ele tinha feito nesses últimos anos e qual eram seus planos, mas comecei com o que estava me deixando inquieta:

- Seu pai sabe que você está aqui?

Bruno encostou suas costas na cadeira e eu percebi que ele tinha ficado sério.

- Sabe. - respondeu. - Mas você não precisa se preocupar com o meu pai.

Ele parecia não estar confortável em falar sobre o Damon, e eu resolvi não tocar mais nesse assunto. Por enquanto pelo menos.

- Eu não acredito que você alugou esse lugar para ficar sozinho.

Aquele apartamento era realmente grande. Eu não dei um olhada, mas podia jurar que tinham 5 quartos. Duas famílias podiam viver tranquilamente aqui dentro.

- Mas eu não estou sozinho agora. - falou e me olhou de uma forma que me fez engolir em seco.

Coloquei a xícara em cima da mesa e respirei fundo antes de perguntar:

- O que isso significa?

- Como assim?

- Você estar aqui e falar que é por minha causa. - expliquei. - O que significa?

Ele se inclinou na mesa ficando perto me deixando ansiosa por sua resposta.

- Eu te fiz uma promessa uma vez, lembra? - disse.

Ah, claro que eu lembrava.

Foi nessa promessa que eu passei dias pensando sem conseguir dormir.

- Você quer ficar comigo por causa de uma promessa? - perguntei.

Eu não queria que aquilo fosse uma obrigação para ele.

- Não, Helena. - exclamou. - Eu quero ficar com você porque eu te amo.

Fiquei encarando seu rosto sem saber o que falar.

Ouvir ele dizer aqueles três palavras depois de tanto tempo foi como voltar no tempo.

Eu conseguia lembrar com clareza da primeira vez que ele tinha se declarado na cozinha da mansão.

- A gente pode ir com calma. - continuou. - Eu vi como você ficou nervosa quando me viu ontem.

- Eu só não estava esperando. - falei. - Você devia ter ligado, sabe.

- Talvez. - ele murmurou e seu celular que estava em cima do balcão começou a tocar. - Licença.

Ele levantou para ir atender e eu resolvi cortar um pedaço do bolo de chocolate sabendo que eu ia pensar melhor de barriga cheia.

Meu cabelo escolheu aquele momento para se desprender do nó que eu tinha feito e cair solto nas minhas costas. Deixei o bolo de lado e fui prender de novo meu cabelo, mas congelei quando senti o Bruno parar atrás da minha cadeira.

- Você cortou seu cabelo. - ele comentou e colocou sua mão no meu ombro.

- Faz tempo. - falei, e senti sua mão sair do meu ombro e ir para o meu pescoço. - Vou ter que ir no salão porque ele já está grande de novo.

Segurei a respiração quando ele começou a acariciar meu pescoço com movimentos calmos que quase me fizeram fechar os olhos.

- O que está fazendo? - perguntei, e foi quase um sussurro.

- Deixa ele solto - Bruno ignorou minha pergunta e tirou sua mão do meu pescoço. - Agora come.

Aquilo foi um pedido ou uma ordem?

Ele voltou para perto do balcão me deixando com a certeza que ele estava diferente.

Mas isso era bom ou ruim?

Eu confesso que estava ansiosa para descobrir.

Ele é o Filho Do Meu Padrasto // ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora