Livro Um
"Não é que seja proibido... é porque é real."
Até onde você iria por algo que sente de verdade?
Teria coragem de arriscar tudo - o que tem e o que ainda nem viveu - por um sentimento que nunca planejou?
Helena nunca imaginou mudar de país...
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As coisas não estavam muito bem na manhã seguinte. Percebi isso quando Lucia, a cozinheira, me contou que o Damon se trancou com o Bruno no escritório.
Eles já estavam lá há vários minutos.
- Você sabe o que rolou? - perguntei, depois de sentar na mesa.
A casa estava uma bagunça, mas pela expressão da Lúcia, aquilo não era algo novo.
- A Polícia apareceu aqui ontem e o Sr. Renault teve que voltar de uma reunião para resolver as coisas. - contou.
- Polícia? - perguntei, fingindo surpresa.
Ela franziu o cenho.
- Você não ouviu nada? Foi uma bagunça.
Suspirei, parecendo cansada.
- Além de dormir cedo, não costumo acordar tão fácil. - mentiras, e mais mentiras.
Eu não estava arrependida e faria tudo de novo. Tudo isso é culpa do Bruno.
Depois de tomar café, levantei tentando ajeitar meu uniforme. Hoje era meu primeiro dia de aula e eu estava até ansiosa.
- Eu preciso do endereço para chegar até o colégio. - falei, para Lucia.
Minha mãe entrou na cozinha nesse momento, e pelo seu rosto, não parecia muito alegre.
- O motorista vai te levar. - contou, e sentou para tomar café. - Sabe o que aconteceu aqui ontem, Helena?
Dei de ombros.
- Não muito. Lúcia estava me contando algumas coisas.
- Tenta se comportar no seu primeiro dia. Não quero receber nenhuma ligação do diretor me pedindo para ir até o colégio.
- Credo, mas que falta de confiança.
Deixei as duas na cozinha e fui em direção às escadas. Minha bolsa estava na minha cama e pelo horário, se eu não saisse agora, chegaria atrasada. Mas, antes de conseguir entrar no meu quarto, fui jogada contra a parede de forma tão rude que só percebi quem tinha feito aquilo segundos depois do impacto.
- Você se acha muito inteligente, né? - Bruno perguntou, e ele estava tão perto que eu conseguia sentir sua respiração no meu rosto.
Tentei empurrar seu peito, mas o idiota não saiu do lugar.
- O que pensa que está fazendo? - perguntei, desconfortável com sua proximidade.
- Vai pagar pelo que fez. - e não foi uma ameaça, mas um aviso.
- Não sei que merda você comeu, mas eu não fiz nada. - falei, e senti vontade de rir. - O que foi? Seu pai cortou sua mesada? Já sei... tirou seu carro?
Finalmente me soltando, me afastei dele para respirar de forma certa.
- Tudo bem, se quer fazer assim. - falou e ajeitou a gravata do seu uniforme. - Seja bem-vinda, Helena. Que seu tempo aqui comigo sejam os melhores da sua vida.