Capítulo 63: Mentiroso

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Eu tinha acabado de sair de casa para buscar o Bruno no aeroporto quando vi uma cena engraçada no corredor.

Penélope estava ajoelhada de frente para a porta de seu apartamento com uma ferramenta na mão.

Ela estava tão concentrada em tentar abrir a porta que nem viu eu me aproximar.

- É... - falei, chamando sua atenção. - Tudo bem?

Penélope ergueu a cabeça e me encarou com seus grandes olhos verdes parecendo surpresa.

Ela levantou e cruzou os braços atrás das costas como se quisesse esconder a ferramenta.

- Está sim... Por que não estaria? - respondeu rapidamente. - Eu perdi a chave quando fui no mercado e agora estou tentando abrir a porta.

Franzi o cenho achando aquilo confuso.

- Tem uma chave reserva de todos os apartamento onde o porteiro fica. Você não sabia? - perguntei.

- Tem? - exclamou, e sorriu mostrando novamente suas mãos. - Não me contaram quando assinei o contrato.

Penélope então começou a bater a ferramenta na mão enquanto me encarava.

- Sim. - respondi. - Posso te ajudar a ligar para ele.

Seria mais lógico ela falar com o porteiro do que tentar arrombar a própria porta.

- Não precisa, eu mesmo faço isso. - ela respondeu. - Você parece que está atrasada.

Meu celular tocou naquele momento me fazendo pegar ele do meu bolso.

Era uma mensagem do Bruno.

"Já está vindo?"

Merda, eu nem tinha saído do prédio ainda.

Eu acordei bem cedo para buscar ele no aeroporto, mas acabei tirando um cochilo no sofá e perdi a hora.

"Sim."

Depois de responder sua mensagem, guardei meu celular e voltei a olhar para a Penélope.

- Tenho que ir. Boa sorte aí. - exclamei, e caminhei até o elevador.

Assim que vi o Bruno no aeroporto, eu caminhei até ele e me joguei em seus braços fazendo o mesmo rir

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Assim que vi o Bruno no aeroporto, eu caminhei até ele e me joguei em seus braços fazendo o mesmo rir.

Eu estava tão acostumada com sua presença que ficar sem ele era uma tortura.

- Ei... - ele exclamou, parando de rir. - Está com tanta saudade, assim?

Afastei um pouco meu rosto do seu peito para encarar seus olhos.

- Claro que não. - brinquei. - Eu até ia perguntar se você podia ficar um pouco mais lá.

Bruno segurou meu rosto e se inclinou na minha direção.

- Eu acredito muito em você. - exclamou.

Quando seus lábios tocaram os meus, eu esqueci por um momento que tinha mais gente no aeroporto. Quando o beijo acabou, Bruno desceu sua mão direita e tocou minha barriga me fazendo sorrir.

- Está pequena. - comentou.

- Bruno, você realmente acha que ela vai crescer em uma semana? - falei, achando graça.

- Você sabe que vai ficar ainda mais linda quando ela começar a crescer, né?

Foi minha vez de segurar seu rosto e beijar seus lábios não aguentando a forma que ele estava me olhando.

- Você deve ser o namorado mais mentiroso do mundo. - falei, depois de me afastar.

- Helena, Helena. - repetiu meu nome como se eu fosse um caso perdido. - Você ainda vai ver como é maravilhosa.

- Pois eu duvido muito.

Um tempo depois, eu ajudei o Bruno a levar suas malas até o carro. Depois de colocar sua bagagem no porta mala, eu esperei ele colocar o cinto para ligar o carro.

- Você foi no seu pai ontem? - ele perguntou, enquanto eu dirigia até o apartamento.

- Sim. Eu dormi lá quando ficou muito tarde para ir embora. - contei.

Na verdade, meu pai me obrigou a dormir lá. Disse que se eu tentasse sair, ele iria trancar todas as portas.

Contar sobre meu ex maluco deixou ele preocupado também.

O celular do Bruno tocou naquele momento me fazendo olhar na sua direção rapidamente.

- É ela de novo?? - perguntei, sentindo um embrulho no estômago.

Bruno primeiro leu a mensagem para depois me responder.

- Não, é meu pai. - contou. - Eu te falei que ela não mandou mais nada depois que bloqueei seu número.

- Ela não te procurou enquanto você estava na França? - perguntei, novamente, nervosa.

Eu sentia uma sensação ruim em pensar na Charlotte.

Espero nunca ver ela na minha frente.

- Não. - meu namorado disse, e esticou seu braço para tocar minha perna como se para me acalmar. - Não fica com isso na sua cabeça.

Eu sorri, mas sabia que essa história ia me perturbar muito ainda.

Depois que chegamos em casa, Bruno colocou as malas ao lado do sofá e caminhou até o quarto.

Sabendo que ele ia até o banheiro, eu sentei no sofá esperando ele me chamar com alguma desculpa para me fazer tomar banho com ele.

Era sempre assim quando ele chegava de viagem.

E dois minutos depois eu sorri ouvindo sua voz.

- Helena, você pode pegar a toalha? - gritou do banheiro.

E lá vamos nós de novo.

Ele é o Filho Do Meu Padrasto // ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora