Capítulo 74: Então É Guerra

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É só você respirar fundo. Você consegue, Helena.

Repeti isso mentalmente enquanto entrava com o Bruno no grande salão que aconteceria o jantar.

- Tudo bem? - meu namorado perguntou, percebendo meu nervosismo.

Eu assenti, mesmo sentindo um embrulho no estômago.

- Eles estão nos olhando. - eu disse, fazendo ele parar de andar e ficar na minha frente.

- Não precisa se preocupar, qualquer coisa a gente vai embora. - falou.

- Ok. - exclamei.

Bruno pegou minha mão e começamos a nos aproximar de um casal que estava no meio do salão. A mulher usava um vestido azul e o olhar que ela dava para seu companheiro não era muito agradável.

- Tios. - Bruno exclamou, quando chegamos perto o suficiente. - Gostaria de apresentar minha namorada.

- Ah, que felicidade te ver. - ela deu um beijo na bochecha do Bruno e me olhou. - Você...

- Helena. - contei.

- Helena. - repetiu meu nome e então sorriu. - Belo nome. Me chamo Sarah.

Depois de também dar um beijo na minha bochecha, o homem ao seu lado me cumprimentou, mas diferente da sua mulher, ele não sorriu em nenhum momento.

- Você andou sumido. - o tio do Bruno, que se chamava Michel, comentou.

E ele não parecia muito contente.

- Mas eu já voltei. - Bruno exclamou, segurando o olhar do mais velho.

Apertei a mão dele chamando sua atenção. Bruno falou um pouco mais com sua tia e então voltamos a andar pelo salão.

- Por que vocês estavam se encarando daquele jeito? - perguntei, curiosa.

- Michel quer assumir a empresa. Ele acha que meu pai não está qualificado o suficiente. - contou, mostrando desgosto pelo tio.

- Então ele estava tentando te intimidar?

- Sim. - respondeu.

Pelo jeito essa noite seria longe.

- Estou com fome. - falei, e quando olhei em volta, vi uma mesa repleta de comida. - Aquilo parece o paraíso.

Ele sorriu e andou comigo até a mesa.

Enquanto eu comia tentando parecer o mais educada possível, meu namorado avistou seu pai do outro lado do salão.

- Vou falar com ele. - avisou, e quando viu que eu preferia ficar comendo, me deu um selinho. - Já volto.

Coloquei mais um doce na boca e observei o Bruno caminhar até o Damon. Eu gostaria de ficar o mais longe possível daquele homem.

- Seu rosto é familiar. - uma garota, de grandes olhos castanhos, disse quando se aproximou.

Reparando bem, ela também parecia familiar.

- Espera... Você é a garota que desmaiou na minha festa. - disse, lembrando.

Então eu também lembrei.

- Ângela?... - falei, seu nome ainda receosa.

- Isso mesmo. - sorriu.

O cabelo dela não era mais rosa, na verdade, os fios estavam pretos. No entanto, ela continuava muito bonita.

- Você quer? - Angela, perguntou, me oferecendo a taça cheia de bebida que estava na sua mão.

Eu balancei a cabeça de forma negativa.

- Não posso.

Ela riu.

- Vai me dizer que está grávida? - brincou, e quando não sorri junto, ela franziu o cenho. - Está grávida mesmo?

- Sim. - falei.

- Ah... - disse, e tomou o líquido da taça que estava me oferecendo a poucos segundos. - É daquele loiro, né? Eu vi ele conversando com o Damon.

- Conhece o Damon? - perguntei, curiosa.

- Quem não conhece o Damon? Minha mãe é amiga da Sarah, por isso fomos convidadas.

Quando voltei a olhar o Bruno, vi que ele e o Damon estavam caminhando para dentro de um corredor.

- Onde será que eles vão? - perguntei.

Angela olhou na mesma direção que eu e deu de ombros.

- Lá fica um escritório. Com certeza vão conversar sobre negócios. - respondeu. - Negócios de gente rica.

Eu olhei para o rosto dela e sorri.

- Não queria estar aqui, né? - perguntei.

- Não. Minha mãe que me arrastou. Disse que provavelmente eu encontraria um marido a altura. - falou. - Como se eu quisesse casar.

Nessa parte eu entendia ela. Não sobre o casamento, mas sim sobre a mãe dela querer mandar na sua vida.

Meu sorriso morreu assim que olhei em direção a entrada do salão e vi ela.

Charlotte.

- Pelo jeito que está olhando, você também conhece a Charlotte. - Angela disse, e tomou um pouco mais da bebida.

- Infelizmente. - murmurei.

- Acredita que ela tentou forçar meu irmão a casar com ela? - contou. - Eu aconselho você a ficar longe dela.

Bom, aquela conselho chegou um pouco tarde.

Quando vi minha mãe do outro lado do salão conversando com algumas mulheres, eu dei tchau para a Ângela e andei até ela. Assim que minha mãe me viu, ela se afastou das mulheres e me encontrou no meio do caminho.

- Você convidou ela? - perguntei, tentando controlar meu temperamento.

Minha mãe olhou em direção a entrada, e assim que viu a Charlotte, ela sorriu.

Isso me deixou mais nervosa.

- Sim. Ela é uma ótima garota.

- Ótima garota? Ela me ameaçou. Ficou me perseguindo. - exclamei.

- Não exagera, Helena. - disse. - Certeza que só queria conversar com você.

- Tive que chamar a polícia para ela ir embora. Como pode defender essa maluca? - perguntei, indignada.

- Olha o escândalo. - repreendeu, quando aumentei meu tom de voz.

Eu sorri sem humor.

- Tem medo de um escândalo, mamãe? - perguntei, segurando seu olhar. - Se você não mandar essa mulher embora em cinco minutos, eu vou fazer um escândalo tão grande que essas pessoas que estão aqui jamais esqueceram meu rosto.

Eu já estava cansada dos jogos, e das manipulações dela.

Se ela queria guerra, então ela teria guerra.

CONTINUA...

Ele é o Filho Do Meu Padrasto // ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora