(CONCLUÍDA)
Livro Um
"Não é que seja proibido... é porque é real"
Até onde você iria pelas coisas que sente em seu coração? Teria coragem de arriscar tudo que tem, ou que vai ter, por algo que nem planejou sentir?
Helena nunca imaginei mudar de país...
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Acampamento.
Essa foi a palavra que a minha professora falou hoje quando cheguei na escola. Eu nunca tinha ido para um acampamento, e depois que contei para minha mãe, ela disse que eu ia.
- Eu não conheço quase ninguém daquele colégio. - murmurei, sabendo que a Jennifer não ia.
Se a Jennifer não ia estar lá eu não teria ninguém para conversar.
- Se não fosse tão fechada já tinha arrumado muitos amigos. - falou, terminando de prender seu cabelo.
Estávamos no seu quarto, e enquanto ela se arrumava, eu tentava convencer a mesma a não me obrigar a ir para aquela merda de acampamento.
- Só tem idiota naquela escola. - falei, e me encostei na parede ao lado da porta.
- Bruno é cheio de amigos.
Porque ele faz parte dos idiotas.
Ela ajeitou seu vestido e então virou na minha direção.
- E é bom você já arrumar sua mochila, parece que vão ficar três dias no acampamento.
Suspirei e me desencostei da parede sabendo que minha mãe não ia voltar atrás.
- Sabe o que está parecendo? Que você está querendo se livrar de mim.
Ela não respondeu e eu saí do seu quarto.
Quando cheguei no meu próprio quarto, peguei uma mochila que estava vazio dentro do guarda-roupa e joguei em cima da cama.
Meu celular tocou em cima da cama e quando peguei, vi que era a Jennifer.
- Sua mãe te deixou ir? - foi a primeira coisa que ela perguntou.
- Na verdade, ela está me obrigando mesmo. - falei, e sentei na cama. - E você?
Minha esperança era ela mudar de ideia e embarcar comigo nessa. Assim eu não me sentiria tão sozinha.
- Sinto muito, não vai dar mesmo. - disse, arruinando minha esperança. - Minha mãe está resfriada e vou precisar cuidar dos meus irmãos.
- Tudo bem, que ela melhore então. - falei, escondendo minha decepção.
- Você falou com o Bruno? Ele não está atendendo minhas ligações. - ela perguntou, segundos depois.
Engoli em seco.
- Ele não voltou pra casa depois da escola. - contei.
- Que ele não tenha se enfiado em problemas. - exclamou.
Conversamos mais um pouco, e então ela encerrou a ligação. Joguei meu celular de volta na cama e comecei a colocar minhas roupas na mochila.
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Estava colocando água no meu copo quando Bruno entrou na cozinha. Franzi o cenho quando vi que ele ainda usava seu uniforme escolar.
- Onde você estava? - perguntei, quando ele jogou sua mochila em cima da mesa.
Ele me olhou de um jeito que me deixou sem graça. Não foi um bom início de conversa mesmo.
- É... pra Jennifer. - tentei explicar. - Ela estava perguntando por você.
- Estava com o Caio.
Claro que estava. Eu podia ter cogitado aquela hipótese. Pensei que ele podia estar com a Fanny também, e isso fez um buraco crescer no meu peito.
- Ok... - deixei a jarra de água em cima do balcão e voltei a encarar seus olhos.
No entanto, fiquei chateada quando percebi que ele estava indo em direção a porta.
Aquela sensação de estar perdendo algo, sentindo escorrer por entre meus dedos voltou a crescer e foi impossível deter minhas palavras.
Ele só tinha que ficar ali por mais alguns minutos.
Comigo.
No fundo, sabia que o melhor era deixar ele quieto, mas eu não conseguia me segurar.
- Espera. - chamei, fazendo ele parar de andar. - Você vai para o acampamento?
- Ainda não sei. - respondeu, sem interesse nenhum para falar comigo, e então saiu da cozinha.
Bem feito, sua idiota, me xinguei mentalmente.
Não era como se ele fosse meu namorado, mas poxa... também não precisava agir como se eu não fosse nada.
