Capítulo 67: Paranóica

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- Você parece cansada. - Beatriz, exclamou, enquanto andávamos pelo corredor do supermercado.

Eu tinha acordado com uma ligação dela me convidando para ir ao mercado. Eu aceitei na hora, assim eu descobriria porque ela passou tantos dias sem dar notícias.

- Eu só não dormi direito. - contei, e quando entramos no penúltimo corredor, eu vi a prateleira do arroz. - Ali.

Caminhamos até lá e depois que a Beatriz colocou três pacotes de arroz dentro de seu carrinho, ela voltou a me olhar.

- Problemas? - perguntou.

- Muitos. - falei, e sorri nervosa lembrando da minha mãe, da Charlotte e do Damon.

- Com o Bruno? - a ruiva quis saber.

- Não, não com ele. - respondi.

Na realidade, minha relação com o Bruno estava ótima. Só de lembrar de ontem eu sentia um frio na barriga.

- Isso no seu pescoço... - Beatriz, exclamou, e se aproximou. - A noite foi boa em.

Coloquei a mão no meu pescoço sentindo meu coração acelerar.

- Tem uma marca? - perguntei, preocupada.

Beatriz pegou seu celular e colocou na câmera, então ela me entregou para que eu mesma pudesse ver.

- Merda, eu não vi quando sai de casa. - falei.

Beatriz pegou seu celular de volta e colocou no bolso da sua calça.

- É só jogar o cabelo na frente. - ela disse, tentando me ajudar.

Eu soltei meu cabelo e coloquei na frente escondendo a marca que meu namorado tinha feito.

- E aí? - perguntei.

- Não dá pra ver mais. - respondeu, e sorriu. - Bruno estava empolgado pelo jeito.

Ela cruzou os braços na barra do carrinho e ficou me olhando esperando eu começar a contar.

- Um pouco. - exclamei, e suspirei. - Eu tentei uma coisa ontem e meio que não deu certo.

Ela franziu o cenho.

- O que? - estava curiosa.

Antes de responder, eu olhei em volta para garantir que ninguém estava perto o suficiente para ouvir nossa conversa.

- Bom... eu comprei algemas e...

- Você o que? - riu. - Quem diria.

- Fala baixo. - pedi, e olhei mais uma vez em volta. - Vai deixar eu contar ou não?

- Ok, desculpa. Só fiquei surpresa. - exclamou.

- Então, eu comprei algemas e fui usar com ele... - falei, em um tom mais baixo só para ela ouvir. - Mas, quando eu prendi ele na cama... Bruno não aguentou ficar preso e quebrou as algemas.

- E você não gostou. - concluiu.

- É só que... - respirei fundo tentando achar as palavras certas. - Eu gostei de ficar no controle.

Beatriz ficou alguns segundos quieta parecendo pensativa e eu esperei achando que ela me daria um bom conselho.

- Sabe do que você precisa? - disse, finalmente.

- Do que?

- De algemas melhores. Tipo aquelas que a polícia usa. Ele não vai conseguir quebrar essas e você vai sentar a vontade.

Essa última frase dela foi dita tão alto que o casal que estava na nossa frente acabou ouvindo.

Ótimo.

Ele é o Filho Do Meu Padrasto // ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora