Você não entende nada!

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Rafa começou a cantarolar no banho, demorou mais de quarenta minutos entre se vestir e enxugar os cabelos. Pôs um short de moletom curtinho que sempre vestia quando dormia na salinha e uma blusa regata da academia. Saiu do box com uma toalha enrolada na cabeça esperando que os cabelos secassem um pouco mais.
   Depois de uns minutos, olhou pelo escritório e Gizelly não estava, ela abriu mais a porta e Gizelly estava espremida entre a cadeira e a mesa.

- Pensou que eu tivesse ido não foi? Fica me expulsando, me mandando embora, mas ia ficar maluca se eu fosse!

Rafa tirou a toalha da cabeça, não respondeu o que ela disse e afirmou:

- Você não estava nem doida de ir sem falar nada.

Rafa entrou na salinha novamente , sentou na cama e esperou que ela viesse. Sentaram uma ao lado da outra, caladas olhando para frente, onde havia uma tv pequena com as câmeras da academia ligadas onde a ó dava para ver tudo escuro.

- Vai ficar calada? Você não disse que queria conversar?

Gizelly sorriu ao ouvi-la, virou-se para ela e disse:

-   Amor, o que você quer que eu fale mais? Já está tudo explicado. Você acredita em mim que eu sei, se não acreditasse já teria falado.

-   Eu acredito em você, mas tô puta! Tô puta, tô curiosa, quero saber o que aquela lá quer falar.

-   Vamos juntas amanhã! Falaremos com ela eu e você!

-   Você vai, eu não tenho nada a ver com isso, fiquei chateada, me deu um ódio imenso.

-   Fui burra de não ter pego as chaves, mas nem podia imaginar que ela teria a cara de pau de fazer o que fez. No mais, já mandei trocar as fechaduras, isso não vai mais acontecer.

Rafa acendeu a luz se olhando no espelho, amassando os cabelos, depois se virou para Gizelly manhosa.

- Olha aqui! Eu não nasci pra ser trouxa! Eu não sei se mato você ou ela se acontecer outra coisa dessas!

- Não vai mais acontecer! Está resolvido. Estou perdoada?

- Não sei... Preciso pensar.

Gizelly levantou-se apoiando as mãos no joelho, olhou para ela e disse:

- Ok! Já entendi. Eu já falei o que precisava falar pra você. Pode trabalhar tranquila, já vou! - Rafa arregalou os olhos.

-   Pra onde?

-   Pra casa, ué! Era só uma conversa breve, estou dando o espaço que você quer!

Rafa voltou a enrolar os cabelos com a toalha, cruzou os braços e disse:

- Aham! Tá bom! Então vai! Não quer ir? Vai!

Gizelly colocou as mãos nos bolsos enquanto a olhava, se aproximou dela lhe dando um beijo bem de leve no rosto.

- Até amanhã, tá?

Não era aquilo que Rafa estava esperando. Começou a bater o pé e cruzou os braços.

- É só isso mesmo? Acabou a conversa? Não vai falar mais nada?

Gizelly abriu os braços e a olhou outra vez falando:

-   Já pedi desculpas! Não posso me ajoelhar nos seus pés pedindo perdão! Eu já entendi que você quer ficar sozinha e estou só respeitando isso!

-   Respeitando isso? Você não entende nada!

Gizelly abriu um sorriso enorme, cruzou os braços olhando para ela.

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