Gizelly havia ficado indecisa se aceitava ou não a proposta para uma nova sessão de fotos. Ainda não sabia o valor, mas pensava exclusivamente no dinheiro que poderia levar naquilo.Rafa estava mais ocupada que o normal naquele dia. A academia estava cada vez mais cheia e agora ela estudava comprar o terreno vizinho para ampliar o espaço e oferecer mais modalidades de esportes que não tinha ali. Assim, teria múltiplas atividades e os alunos poderiam fazer tudo no mesmo lugar, o que não livrava sua preocupação com a academia que seria aberta na esquina. As obras lá estavam a todo vapor. Além dos eventos, que sua equipe estava cuidando, mas ela sempre estava atenta a tudo. Nada poderia dar errado.
- Dona Rafaella, um senhor chamado Luis está na recepção, afirmando que precisa falar com a professora Gizelly, mas a senhora barrou a entrada dele.
Afirmou o segurança, ao chama-la depois de dar instruções para a recepcionista. Era tudo que ela não precisava.
Rafa revirou os olhos ao saber que era o pai de Gizelly. Não tinha jeito de ir com a cara dele e ficou surpresa de saber que Allan o conhecia. De longe viu que Allan tocou o ombro do homem, apertando sua mão. Ele só não sabia que era pai de Gizelly, Allan fazia alguns serviços numa das empresas da família Bicalho, mas não era íntimo.
- Avisa a Gizelly, Por favor. Ela está na piscina.
Pediu Rafa ao segurança. Embora estivesse muito curiosa, sabia que não era assim. Até ver a mãe da namorada próximo ao pai, acenando ao vê-la. Márcia acenava e sorria para Rafa, não gostava do pai, mas a mãe... Ainda dava para aceitar.
- Pelo menos hoje estou com paciência...
Afirmou suspirando, indo em direção á Dona Márcia enquanto ignorava completamente o pai de Gizelly.
- Oi Rafa! Como está? Viemos saber da gi, ela sumiu. Viemos lá do prédio, ainda está interditado, sem previsão para ser entregue aos moradores. - Disse a senhora.
Rafa a abraçou cordialmente, enquanto via o segurança voltando da piscina com Gizelly, ela beijou a testa da mãe, sorriu e disse num tom seco:
- Oi pai.
Seu Luis pegou o celular no bolso e falava para a filha enquanto olhava o aparelho:
- Ou sua mãe vinha aqui ou morria. Já que você parece que nasceu de chocadeira e não tem família. Precisava pelo menos saber onde você está morando, por que ela ainda se considera mãe já que você não nos considera nada.
Outra vez Rafa revirou os olhos. Luis falava pela mulher, o que a deixava ainda mais estressada.
- Estou bem. Estou na casa da Rafaella por um tempo, até as questões do meu apartamento ficarem prontas.
Luis deu um sorrisinho, continuou com a cara enfiada no celular enquanto a mãe falava:
- Tá precisando de dinheiro? Mamãe dá pra você, não precisa ficar preocupada... - Luis a interrompeu.
- Eu sabia que ela viria aqui pra dizer isso, uma mulher adulta que é tratada como um bebê, nunca dará certo.
Rafaella estava se controlando para ficar calada. O corpo se expressava sozinho com o salto do sapato batendo no piso e a perna balançado.
- Não precisa se preocupar, mãe. Tô ótima, e aqueles problemas resolvo sozinha.
- Está magra. Não tá comendo direito? - Indagou a mãe.
- Estou ótima! Preciso trabalhar, mãe. Tem uma turma esperando por mim. Vamos almoçar amanhã? Podemos conversar melhor, naquele restaurante que a senhora gosta.
Gizelly estava incomodada com o pai, que acabou falando:
- Pronto! Já viu que sua filha tá ótima. Morando com a Rafaella, sem dores de cabeça, sem maiores estresses, como ela prefere viver. Um trabalhinho ordinário, não é disso que ela gosta? paciência. Vamos embora.
Mas Rafa não era de ferro.
- Eu não aguento esse homem sinceramente, dá licença um segundo... - Disse Rafa olhando para a mãe de GIzelly. - A senhora é uma mulher maravilhosa. Minha casa está lá para ir quando quiser, a Gizelly está bem e eu prometi para mim mesma que não iria mais falar nada sobre isso e nem devo por que é coisa de família...
Luis interviu e respondeu:
- Não deve se meter mesmo.
Mas ela não ia ficar calada ouvindo aquilo.
- Não devia mais me meto. Não fico calada ouvindo patifaria nem de desconhecido. Se a senhora fosse a minha mãe sabe qual o meu conselho? Se livre desse embuste! Seja uma mulher autossuficiente e deixe esse traste pra lá! A senhora é linda, poderosa, toda sofisticada e com certeza arruma outro namorado que lhe mereça em dois tempos. Se quiser, não é mesmo? Porque pode ficar sozinha e não precisa de homem pra nada!
Só depois de falar, Rafaella percebeu que o tom de voz estava mais alto. As recepcionistas e umas pessoas que estavam na recepção perceberam e ela se controlou. Luis encarou Gizelly e disse:
- É uma decepção atrás da outra. Uma filha dominada por uma mulher! Olha os conselhos que ela dá pra sua mãe e bem aqui na minha cara.
Gizelly sorriu, beijou a testa da mãe e respondeu:
- Nunca é tarde.
Depois olhou para o pai e disse:
- Sabe que nunca gostei de confusão e intriga, sempre fui tranquila e sempre pedi para me deixar em paz. Não gosto do que você gosta, não sou como você e essas coisas que falam não servem pra nada. Não sei como aguenta sempre repetir a mesma ladainha, sempre aparece pra me desgastar enquanto tudo entra por um ouvido e sai pelo outro. Não sou dominada por mulher nenhuma, porque ao contrário da sua relação com a minha mãe aqui não tem disputa. Rafaella está certa, por mim ela já teria se livrado de você.
Agora Luis estava mais furioso e infelizmente sua mãe estava triste. Tinha esperanças que a relação de pai e filha ficasse melhor, mas não era o que estava havendo e seu pai também era cínico o bastante, fez uma cara triste, abraçou a esposa de lado e disse:
- É isso que pensa? Que um casamento de anos pode ir assim para o lixo? Nem parece que meu sangue corre nas suas veias.
Gizelly sorriu irônica e respondeu:
- Eu estaria bem fodida se o seu sangue nas minhas veias tivesse alguma relevância. Graças a Deus não tem.
Rafa não poderia deixar de implicar um pouco mais:
- Que tal um passeio bem feminino para nós duas? A gente pode se conhecer melhor, sem nenhum HOMEM! Um salão, uma praia, compras, cabelos, unhas, uns drinks pra dar uma animada, depois a gente ainda pode sair pra dançar... Fazer amizades! Vai ser bom!
Gizelly sorriu ao ver a cara e as propostas que Rafa fazia para sua mãe e incentivou.
- Rafaella conhece muitos lugares legais, mãe. A senhora vai gostar.
A mãe de Gizelly ficou animada, talvez fosse render uma confusão com o seu pai.
- E não sou uma má companhia como algumas pessoas pensam, a senhora vai ver. Tem muito lugar GOOD VIBE, longe de pessoas sugadoras de energia. Não vai querer outra coisa...
Dona Márcia estufou o peito e respondeu:
- Eu vou! Adorei a ideia. Pode ser na próxima semana?
- Claro que pode! - Respondeu Rafa. - ficaremos lindas! Vou busca-la e vamos ter o nosso dia. Nos conheceremos melhor, será maravilhoso!
Luis saiu de perto ao ouvir, não sem antes bufar ao ver Gizelly adorando o entrosamento entre as duas.
O papo entre elas continuou rendendo. Gizelly voltou para a piscina depois de se despedir da sua mãe, enquanto seu pai esperava dentro do carro.___________________________________
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The Teacher
FanfictionSinopse Gizelly G!P Gizelly Bicalho tem 29 anos é professora, nadadora e escritora, depois de morar 3 anos fora da Brasil, volta para sua cidade natal com a sua namorada, Hariany. Gizelly é amável, inteligente, gosta de artes e viagens. Ela sonha...