Eu queria, ué!

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   O hospital não ficava tão distante dali. Naquele horário também não estava tão cheio. Gizelly fez a ficha na recepção, enquanto Rafa ia até a triagem. Sua pressão foi aferida, assim como a temperatura. Depois ela voltou para esperar ser chamada. Ficaram na recepção onde outras pessoas também aguardavam. Passava um programa bobo na TV e Gizelly ficava ansiosa quando via gente espirrando ao seu lado.

- Acho que nem precisava ter vindo... - Disse Rafa, no mesmo momento viu seu nome na tela informado o consultório.

"RAFAELLA F. F. CASTRO. Dra. Thelma, consultório 03."

Rafa levantou e foi indo com Gizelly. Foram entrando no consultório depois de mais uma briguinha boba. A médica já esperava e via a ficha de triagem depois de recebe-las cordialmente.

- Sente-se. Já tomou algum medicamento
hoje?

Rafa respondeu que havia tomado apenas um.
Estava com os olhos baixos. Foi direcionada até a sala de exames onde sua garganta foi avaliada, seu pulmão ouvido, e a febre ainda era insistente.

- Há a possibilidade de estar grávida? Preciso perguntar por causa da medicação.

Na antessala, Gizelly ouviu a pergunta. Os olhos se arregalaram junto com um sorriso.

- Não... De jeito nenhum, zero chance, nenhuma possibilidade! Nem pensar! Não existe essa hipótese.

Mesmo sem voz as respostas saíram quase de vez. A médica anotou no papel, Rafa ficou um tanto atordoada só de ser perguntada e a Dra prosseguiu:

- Vamos fazer uns exames de praxe. Ver como andam as taxas, um hemograma. Não vai demorar.

Quando Rafa saiu da sala, Gizelly estava olhando pela janela do consultório. Estava segurando os lábios ao rir sozinha pensando na pergunta da médica.

- Podem ir direto à sala de exames. Já enviei a solicitação, logo irão chamar. Enquanto isso vai tomar um soro na veia. Vai abaixar a febre e aliviar as dores no corpo. Repouse um pouco enquanto aguardam, quando saírem os resultados chamo você. Vai ficar tudo bem.

Dra. Thelma se despediu e Gizelly continuava com a cara de boba, pensando alto demais.

- Qual foi a graça, agora?

- Nada não, eu tava pensando numa possibilidade aqui...

Rafa arqueou a sobrancelha, não sabia que ela havia ouvido a pergunta e nem a resposta. Mas lhe causavam arrepios pensar naquilo. Foram direcionadas por um enfermeiro até a sala de medicamentos. Lá, haviam várias poltronas reclináveis, uma tv quase muda, livros e revistas.

- Pode sentar. - Disse o enfermeiro. - Irei preparar sua medicação.

Rafa deitou olhando a tv. Gizelly sentou na cadeira ao lado da poltrona a esperando. Não demorou até que viessem lhe aplicar a bolsa de soro.

- Com uma hora mais ou menos termina o líquido.

No mesmo momento, o enfermeiro colheu o sangue para os exames e restava apenas esperar.

- Uma hora... - Disse Rafa baixinho, olhando para o relógio em sua frente.

- É muito tempo pra você?

- É o bastante para analisar todas as folhas de solicitação de materiais das academias.

Gizelly ficou mais quieta. A viu encolhendo as pernas, foi até o posto do enfermeiro, pedindo um cobertor. A cobriu e pegou em sua mão enquanto ela virou-se de lado. O soro pingava lentamente, parecia levar uma eternidade.

- O que você tinha pra fazer hoje? - Perguntou Rafa.

- As coisas de sempre, mas como você ia pra lá de manhã, fiz um café pra gente. Iria te levar para almoçar e queria que visse as coisas que me enviaram da editora. Depois tenho certeza que você ia continuar brigando comigo, então eu te levaria pra beira do mar.

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