dá pra olhar pra mim?

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   Todo mundo começou a falar ao mesmo tempo, enquanto Ronaldo perguntava a alguém se aquilo era motivo pra um pênalti.

- Isso é pênalti? É cartão vermelho? É o quê?

Aquele juiz não servia para nada, não dava pra contar quantas pessoas estavam dentro do gramado, enquanto Rafa batia boca com Allan por causa de Gizelly.

- EU VI VOCÊ EMPURRANDO ELA! É SÓ UM JOGO E AINDA PISOU NO PÉ DE PROPÓSITO! - Falava ela.

- E A BEBÊ NÃO PODE ABRIR A BOCA? PRECISA QUE VOCÊ DEFENDA!

Respondeu Allan, falando alto, o que foi o bastante pra Gizelly levantar se escorando num dos colegas, afastando Rafa de perto do rapaz e devolvendo o empurrão em Allan ao ver que ele levantou a voz para a moça.

- EI, BORA ABAIXANDO A BOLA! ACHO BOM FALAR BAIXINHO COM ELA! ABAIXA A VOZ QUE É MELHOR!

Afirmou, arregalando os olhos, ainda mancando e a confusão agora era com os três.

- DEFENDO MESMO! TODO MUNDO VIU A COVARDIA! VOU PISAR NO SEU PÉ DE SALTO AGULHA PRA VER SE É BOM, CARALHO! EMPURROU E AINDA PISOU NELA. TEM NINGUÉM CEGO AQUI!

Respondeu Rafa, se atravancando na frente de Allan outra vez, junto com outras pessoas que se aproximaram no meio da bagunça, até Gizelly a afastar outra vez, não deixando que ela se aproximasse dele. Os dois foram segurados por pessoas diferentes para a briga não começar e logo os seguranças se aproximaram.

- TÁ TUDO CERTO! TUDO CERTO AQUI! BORA JOGAR! CIRCULA GALERA, CIRCULA... DEIXA O CAMPO LIVRE!

Disse Paulinho, ajudando Ronaldo com seu apito estrondoso dispensando o povo.

Rafa nem queria deixar Gizelly voltar para a partida, mas agora era questão de honra.

- Tá doendo?

Perguntou Rafa observando Gizelly e Allan se encarando. Gizelly sequer respondeu, estava ansiosa, mas teve seu rosto puxado por Rafa.

- Será que dá pra olhar pra mim? Tô perguntando se tá doendo?

Gizelly passou a mão no rosto, lhe deu um selinho e respondeu:

- Não. Não tá doendo. Tá tudo bem! Desculpa... Vai recomeçar, espera...

Gizelly se esticou, fez uns alongamentos, deu um beijinho na moça e sorriu ao vê-la lhe olhando:

- Vou enterrar de vez esse magrelo!

- Amor, não precisa continuar, deixa isso pra lá. Põe outra pessoa no seu lugar, um gol você já fez.

- Essa linguiça me chamou de bebê chorão! Eu tenho cara de bebê?

Rafa abriu os braços, depois colocou a mão na boca, o que não precisava de palavras para ser uma afirmativa.

- Você acha que tenho cara de bebê, Rafaella? É serio isso?

- Cê tá brava por causa disso, Gizelly? - Perguntou ela, sem conter o riso.

- Tô puta!

- Olha... tô surpresa pelos seus lados que estão sendo desbravados aqui, a professorazinha pacata e inocente é revoltada e birrenta.

Gizelly sorria ajeitando o colete enquanto a ouvia. Deu uns pulinhos aliviando o pé, enquanto a olhava.

- Me deixa ganhar desse espeto de churrasco, que depois você me paga por me chamar de bebê e birrenta! Não vai sair barato pra você.

   Beijou outra vez o rosto da namorada, a chamando de linda, recebendo uma mão que bagunçava seus cabelos úmidos, a deixando na beira do gramado, voltando para o jogo com os amigos. Sentia um pouco de dor no pé, mas ignorou. Ronaldo recomeçou a partida com seu apito estrondoso.

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