Até logo!

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   No dia seguinte, o guia as esperava. Para sorte de Rafa, o rapaz falava português, inglês e indonésio. O que facilitaria bastante os outros dias de passeio. Conheceram mais alguns templos. Fizeram mergulhos, conheceram uma plantação de arroz bem de perto. Além de uma loja deliciosa que parecia ter um combinado de ervas para todos os problemas existentes.

- Chá para coração partido! - Leu Gizelly num rótulo enquanto Rafa se encantava pelos cristais que via á venda. - Amor aqui tem chá pra tudo, dor nas costas, dor de estômago, ressaca, chá para fazer a pessoa amada pensar em você? Existe isso? - Rafa brincou ao ver.

- Compra amor, vou dar pro Ronaldo fazer o Samuel pensar nele! Fala que é só curtição, mas eu sei a verdade.

Eram saquinhos pequenos, com desenhos das partes do corpo que o chá trataria. E Gizelly saiu pegando vários. O vendedor da loja garantiu que o chá de pensamento era tiro e queda. Com o guia as coisas pareciam mais fáceis e descobrir a ilha era maravilhoso. Viram o amanhecer bem de perto na trilha de um vulcão ativo. Uma das coisas mais fascinantes que a natureza poderia mostrar. Conheceram cidades vizinhas á capital, e baladas que aconteciam sempre que entardecia nas áreas de grandes resorts á beira mar. Bali tinha muita calmaria, mas muito agito em lugares estratégicos.
Até as coisas mais simples, como andar mar a dentro quando a maré estava baixa, vendo grandes recifes de corais e espécies marinhas minúsculas que só eram vistas na tv.

No quarto dia, fizeram um momento mais especial. Uma massagem balinesa completamente relaxante. Um dia inteiro de spa com banhos de pétalas e pedras quentes. Conhecendo diversos aromas pelos incensos e música que só as faziam ter vontade de não fazer absolutamente nada.

- Eu viveria assim pra sempre!

Disse Rafa ao lado da namorada que também estava numa mesa de massagem, abrindo apenas um olho enquanto tinham suas peles tocadas.

- Isso é o paraíso...

À noite, um vinho na área comum do resort, com outros hospedes que viam apresentação de música local e tiravam fotos. Por um momento Rafa olhou para Gizelly, depois de vê-la pedir uma caneta emprestada ao garçom. Escrevendo num guardanapo, pondo a anotação no bolso. Em poucos minutos, o guardanapo estava cheio de frases. Rafa sabia que ela com certeza estava preparando algum texto.

Esperaram a apresentação terminar e voltaram para o chalé. Haviam combinado uma aula inusitada para o dia seguinte. Restava saber se Rafa conseguiria se sair bem. Ela quem havia pedido ao guia para leva-las aquele local. Parecia bem divertido. Rafa havia pedido ao guia para fazer o tour gastronômico da ilha. Passariam o dia pulando de locais em locais, vendo feiras populares, vendo comidas típicas e para finalizar, preparando sua própria refeição, baseadas numa receita tradicional do povo balinês. Ela dedilhava umas frutinhas esquisitas que havia num cesto numa banca enorme no meio da feira. Coisas que nunca haviam visto na vida.

- Do que tem gosto? - Perguntou Rafa ao guia.

- De alho!

Fruta com gosto de alho era novidade. O cheiro também não era dos melhores, mesmo assim a curiosidade da professora era ainda maior.

- Vamos levar para a aula de culinária.

Saíram escolhendo as frutas, leguminosas e até uns feijões diferentes, como um que era roxo, branco e preto ao mesmo tempo. Rafa que era uma má cozinheira assumida, saiu escolhendo coisas que nem sabia o que faria com tudo aquilo depois. Comeram coisas da terra, provavam sucos de frutas que sequer sabiam que existiam no planeta. Viram espetinhos esquisitos de aranhas e formigas. A culinária tinha influência de vários países da Ásia, e especiarias não faltavam em todos os lugares. Com os ingredientes comprados, partiram para a aula tão esperada.

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