Realidade alternativa

334 36 7
                                    


- Ai amor... Meus pés... Não aguento sair daqui!

Gizelly e Rafa voltaram para casa de Uber. O carro parou dentro do estacionamento do prédio e Rafa já desceu afrouxando as alças do vestido, enquanto Gizelly segurava os sapatos e a bolsa dela. Estava com todos os botões do terninho abertos. Os cabelos assanhados. Esperando o elevador que daquela vez não demorou a chegar. Pareciam duas zumbis exaustos andando pelo corredor do prédio, se arrastando até chegar á porta da cobertura. A festa havia cumprido muito bem o seu papel. Dentro da bolsa, estava o livro com a dedicatória. Que já tinha lugar especial na estante da sala para que qualquer um visse.

- Vai ficar aqui! - Disse Rafa colocando em destaque. - E você trata de escrever mais, por que tem muito espaço ainda e quero preencher todos com suas obras.

Gizelly sorriu imensamente, a puxando pela cintura, caindo em seu colo no sofá. Beijando o pescoço dela.

- Muito obrigada por tudo. Eu sonhei com tudo isso, e foi cem mil vezes melhor que meus sonhos.

Rafa levantou-se, a reverenciou como fez antes de sair.

- Que bom, senhora escritora! Aceite a reverência de sua musa gata inspiradora, agora suada e descabelada.

Sem se importar, Gizelly levantou-se, a beijou intensamente e afirmou:

- Nem sei mais como elogiar e dizer que você é linda! Mesmo descabelada.

O sorriso era perfeito. Não importando a situação dos cabelos.

-   Cerveja? - Perguntou Rafa. Tirando de vez o terno e a camisa da namorada.

-   Cerveja! - Respondeu ela.

Gizelly deu um passinho á frente, agachou-se e ofereceu suas costas para que a namorada pudesse subir, enrolando os braços em volta do pescoço dela. Gizelly segurou em suas pernas, a fazendo subir e se encaixar.

-   Vamos! Te dou carona! - Brincou Gizelly e Rafa implicou imediatamente.

-   Vi uma outra mulher pegar carona hoje...

-   Não, amor. Esquece isso. Não me lembra!

Rafa sorria implicando ainda mais. Até chegarem a cozinha onde ela foi deixada em cima do balcão. Enquanto Gizelly abria a geladeira pegando duas latinha de cerveja e não demorou em abrir um saco de batatinhas, se encaixando entre as pernas de Rafa. Ficou séria por uns segundos e confessou:

- Meu Pai nem apareceu...

Rafa não queria dizer nada. Deixaria para falar em outro momento, mas afirmou:

- Ele foi! Com o seu irmão e eu o coloquei pra correr.

Gizelly ficou surpresa, até ela se justificar:

- Ele esperava chegar e encontrar dois gatos pingados. Uma mulher frustrada e um monte de livros sem ninguém para ler. Encontrou um monte de gente animada, curiosa querendo ler, várias pessoas que gostam de você e eu que até me ofereci para pagar o dele.

Gizelly ficou séria, fitou a namorada fielmente, os olhos castanhos misturavam vários sentimentos.

- Falei pro Ronaldo que fiquei feliz por você como se fosse eu quem estivesse ali. Acho que o que você sentiu quando viu aquele pessoal lá, foi o mesmo que eu senti quando vi meu primeiro cliente entrar na academia. Até hoje não esqueci o rosto dele. É um pouco indescritível, mas é real. Dei um chega pra lá no seu pai, porque se sua felicidade foi a minha naquele momento, ninguém tinha o direito de estragar! Eu não ia deixar.

Gizelly beijou a mão de Rafa, depois o rosto e a testa. Todo o respeito do mundo que vinha sempre antes de um beijo na boca.

- E eu enfiava a mão na cara dele se estragasse um segundo que fosse dali. Te vi feliz como nunca! Você nasceu pra isso. - Prosseguiu Rafa.

The Teacher Onde histórias criam vida. Descubra agora