Sentiu minha falta?

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   Ronaldo estava revoltado por quase todos os lugares estarem ocupados. Os planos de fazer Rafa e Gizelly sentarem lado a lado haviam ido para o buraco. As mesas já estavam todas repletas de alimentos. Pães, bolos, caté, leite, havia várias coisas. Logo Ronaldo e Paulinho arrumaram um lugar para sentar, e Gizelly ainda procurava um. Quando foi chamado por uma das moças de quem tinha tirado a foto no dia anterior.

- GIZELLY! TEM UMA CADEIRA AQUI! - Afirmou a moça.

Gizelly hesitou por um momento, ficava a cinco cadeiras de Rafa, de frente para ela. Mas como era o único espaço vazio acabou aceitando.

- Você esconde o jogo! A gente viu seu instagram! Você escreve super bem, amei. - Afirmou a moça.

Gizelly coçou a cabeça olhando para Rafa que encheu imediatamente um copo com café. Tomando um gole, por pouco não queimando a boca. Se ajeitou na cadeira pegando uma fruta em seguida. Enquanto Gizelly tentava resumir seus processos de escrita. As perguntas a professora pareciam não ter fim.

Nas mesas, todo mundo falava ao mesmo tempo em que se alimentavam. Eram assuntos paralelos, até uma pergunta especifica ser feita a professora. Parecia ter sido usado um alto falante pra perguntar, ou era só o ouvido de Rafa que estava aguçado demais.

- Mas você é casada, não é? Vi seus filhos, são lindos, parecem com você...

Ronaldo havia ouvido também. Gizelly ficou lívida, olhou para Rafa que logo levantou da mesa somente com o copo de café, nem a ouviu dizer:

- Sou casada sim!

- Ah, mulher de sorte ela. - Falaram as moças sem observar que a mulher era Rafa.

O papo ia continuar, mas Gizelly viu Rafa caminhando em direção a piscina. Ela já estava tirando a canga, quando tomou mais um gole de café, se estressando por outra vez quase queimar a boca. Nem viu Gizelly apertando o passo para alcançá-la.

- Rafaella?

- O que é? - Indagou enfezada.

Ela tirou os chinelos, forrando a canga na cadeira de plástico antes de deitar.

- Passou protetor direito? - Perguntou Gizelly.

Rafa olhou de lado, deitou de bruços, ajeitando a parte de trás do biquíni, enquanto a professora observava. Gizelly coçou a cabeça, olhando-a de cima a baixo, averiguando que nos arredores não havia ninguém. Quieta, ela permaneceu lá, até Rafa se incomodar.

- Vai ficar aí tapando meu sol como um poste? - Gizelly também já estava incomodada.

- Já falei mil vezes que a gente precisa conversar, mas você continua fugindo. Do que tem medo? - Rafa sorriu irônica.

- Medo? E eu lá sou mulher de ter medo? Quer conversar o que? Conversa pra você por aqui não falta! A mulher acabou de perguntar lá na mesa se você é casada. Passou duas vidas pra responder, acho que tava esperando eu sair pra dizer que é solteira! - Gizelly sorriu.

- O quê? Eu respondi que sou casada, você que não viu. Saiu correndo da mesa.

Rafa ficou de testa franzida, sentou na cadeira imediatamente.

- E tá rindo por quê? Tem alguma palhaça aqui? Quer aplausos por fazer o mínimo? Um pódio?

Resmungando, ela voltou a deitar, voltou a ajeitar a canga e o biquíni.

- E sai da frente que tá tapando meu sol. Vai lá nas suas amiguinhas. Vai no povo da Ivy, ainda não vi a cara dela hoje, procura por aí que você acha!

Em silêncio Gizelly saiu. A deixou pegando sol, adentrando a casa. O que não demorou muito. Rafa levantou imediatamente ajeitando os chinelos nos pés, caminhando em passos rápidos, olhando o povo ainda comendo nas mesas. Imaginou que Gizelly havia voltado para onde estava, mas se enganou.

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