Tá namorando!

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Rafa dirigia um pouco mais rápido que o normal. Estava se sentindo culpada. Embora desajeitada com a criança, ela era sua responsabilidade naquele momento.

- Calma! Mais devagar! Se não será pior!

Disse Gizelly, tocando a mão suavemente em sua perna, a vendo respirar mais tranquila.

Chegando ao prédio, entraram rapidamente. Desceram do veículo em direção ao elevador.
Discretamente Gizelly percebia como era um pouco daquele mundo. Rafa morava em um edifício na entrada da zona sul da cidade, ficava há uns quarteirões de distancia da praia. Até a recepção e áreas comuns lembravam recepções de hotéis de luxo.

Ela ficou surpresa ao ver Rafaella apertar o ultimo andar. Morava em uma das coberturas. A porta do apartamento estava com uma fresta aberta, e a de sua vizinha também.

- Pode entrar, professora! - Disse Rafa, ao perceber que ela ficou acanhada em entrar sem ser convidada.

Sofia estava deitada no sofá com a cara de choro com uma compressa de gelo em seu tornozelo. Kelly ficou surpresa ao ver Gizelly, nem imaginava quem era, mas não perguntou nada.

- Tia Gi. - Disse a menina ao vê-la.

Gizelly sorriu, sentou e apoiou a cabeça dela em sua perna.

- O que a mocinha estava aprontando? Olha que acho você vai ganhar uma botinha!

- Está doendo. - Ela afirmou com uma cara de choro.

- Me deixa dar uma olhada aqui! - Afirmou Rafa, tirando a compressa devagar.

Estava vermelho e levemente inchado e ao olhar para Gizelly, ela disse:

- Vou leva-la ao médico. Não parece ser grave, mas um raio-x afasta a dúvida.

Rafa olhou para o jeito como a menina parecia dolorida.

- Vai ficar tudo bem! Não vai doer. - Rafa falou.

- O meu pai vem? - a menina perguntou no mesmo instante.

- Ligamos pra ele amanhã cedo tá? Não precisa se preocupar!

As duas trocaram um abraço enquanto Gizelly as observava.

- Vou pegar a sua mochila.

Rafa foi até o quarto, onde pegou a mochila com os documentos da menina. Quando foi pega-la no colo, Gizelly não deixou.

- Eu levo! - Ela a pegou, e as três desceram.

...

- Se for possível, você pode escolher uma botinha bem colorida e deixar suas amigas escreverem na escola. Sabia que eu me quebrei uma vez quando jogava bola? Ganhei uma bota e fiz o maior sucesso na escola no outro dia! - Dizia Gizelly, enquanto desciam no elevador.

Rafaella só ouvia aquela conversa e sorria sem ser muito percebida. Gizelly tinha um tato todo especial com crianças e talvez conversasse melhor com elas.

- Jura? E doeu? - Perguntou Sofia.

- Doeu um pouco sim! Mas depois passou! Pergunta a sua tia, provavelmente ela já deve ter se quebrado toda por aí também!

Rafa e Sofia deram uma risada.

- eu não me lembro disso não! Sempre fui uma santa quando era criança! Não dava trabalho nenhum!

- Você acredita nisso, Sofia? Eu não acredito muito.

Rafa e Sofia sorriam com as conversas bobas de Gizelly, até entrarem no carro, Rafa foi dirigindo, olhava pelo retrovisor, Gizelly era mais criança que a própria sobrinha.

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