eu não vou conseguir

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Flashback on

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TRINTA E DOIS DIAS DEPOIS QUE OS TRIGÊMEOS TIVERAM ALTA DO HOSPITAL, 21:18hs.

- Não aguento mais isso! EU NÃO NASCI PRA SER MÃE! ISSO É UM INFERNO, COMO VOU CONSEGUIR MANTER UMA VIDA NORMAL DESSA FORMA? Kelly me ajuda...

Kelly já havia largado quando Rafa mandou um áudio desesperada pedindo ajuda. Quando a secretária havia ido para casa, tudo estava calmo. Gizelly havia voltado a trabalhar, sua mãe havia voltado para suas viagens e Rafa ficava sozinha com as crianças enquanto Gizelly não chegava, e já era assim há quatro dias. Rafa estava tentando amamentar Melissa, enquanto Lorena e Gael choravam ao mesmo tempo. Ela não podia negar que eles tinham cordas vocais impecáveis. Choravam insistentemente alto, que se Kelly ainda estivesse lá, poderia ouvir da cozinha em bom tom.

Ela ficou sem resposta de Kelly que não ouviu o recado imediatamente. As coisas ficaram piores quando ela se olhou no espelho. Estava descabelada, era enlouquecedor aquele som de três crianças ao mesmo tempo. Chorando, esperando pelo socorro que viria só Deus sabe de onde.

- Isso não é a vida de uma pessoa normal, não posso passar os meus dias assim. Não tem cabimento... O que vocês querem? Eu já fiz tudo! O que está faltando?

Naquela situação ela já estava chorando junto com os filhos. Lágrimas silenciosas de medo, que até faziam sua mão tremer um pouco ao tirar os cabelos da altura do olho, pegando um bebê de cada vez para acalmá-los. O que parecia inútil. E por um segundo, ela pensou em sua mãe biológica. Que talvez fosse por chorar tanto e ser capaz de atrapalhar a vida dela, que não foi querida. Um pensamento rápido que foi embora com os choros que pareciam ainda mais agudos. Nada parecia funcionar, todo o estresse de noites mal dormidas e tentar amamentar sem ajuda. Ela que também havia resolvido não querer uma babá, recebia ajuda só de Kelly e dos familiares. Mas naquele dia estava impossível suportar.

- O que vocês querem, hã? Não vou conseguir lidar com isso... Meu Deus... Me desculpem! Eu não vou conseguir...

Era uma mistura de culpa e cansaço. Ela reclamava, chorava e tentava não perder o controle. Ao mesmo tempo sentia que eles jamais responderiam como ela esperava, somente com mais choros. Olhou as fraldas, verificou que estavam todos limpos. Imaginou que talvez doesse alguma coisa, e cada vez que não sabia o que fazer se sentia ainda mais incapaz. Toda aquela agonia parecia infinita ao finalmente ouvir a porta do quarto abrindo rapidamente e Gizelly entrando apressada, de olhos arregalados, pensando que algo havia ocorrido. Encontrou Rafa sentada no chão ao lado do berço, chorando com os três no colo ao mesmo tempo. Suportando todo aquele barulho enquanto chorava junto.

- Meu amor, o que aconteceu? Calma...

Gizelly segurou os dois ombros de Rafa enquanto também parecia assustada ao ver aquela situação. Nunca imaginou que ela poderia um dia mostrar-se tão vulnerável daquela forma, além do quê, depois do pós operatório, ainda não era confortável para ela estar sentada daquela forma.

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