The Teacher

Princesinha

   O Lugar era mesmo muito bonito. Tinha cavalos, uma pequena criação de coelhos e outros animais. Se tivessem ido na sexta feira, poderia fazer uma trilha para uma cachoeira próximo dali ou um passeio de MotoCross também. Gizelly ficou tentada a fazer tudo e já planejava um dia que pudesse voltar para fazer tudo o que pudesse. Viam várias pessoas fazendo massagem ou meditando. Havia clube de leituras e escrita, o local que Gizelly mais gostou de estar. Rafa até a acompanhou numa atividade de interação literária, mas não era muito a praia dela.
Mesmo assim, não a deixou sozinha. Continuaram aproveitando o dia. À noite, era onde as melhores atividades aconteciam.

Quase na hora do almoço, foram para a casa da avó de Rafa A casa de dona Anastácia e seu Ricardo tinha cheiro de café fresco. Gizelly entrou meio acanhada, já Rafa logo foi emburacando para a cozinha, comendo um pãozinho de queijo que estava numa bandeijinha ao lado de onde o almoço seria servido.

- Sentem fiquem a vontade! - Disse a avó.

Gizelly percebeu a sala da casa da senhora e antes de sentar, foi até lá. Havia muitas fotos de Rafa, Renato e Sofia espalhas por vários lugares, de vários anos, até de quando eram crianças. Fotos dos pais de Rafa e muitas obras de artes. A decoração principal da parede era um mapa mundi enorme, que ia do piso ao teto.

- Meu pai que pediu para decorar assim quando ele estava estudando para ser piloto. Ele falava que a gente precisa ver o nosso sonho, mesmo que pareça distante. Então ele queria ser piloto, todo dia olhava pra essa parede e acreditava que o mundo era dele e apesar da limitação, ele voa até hoje.

Gizelly pegou uma foto dela num porta retrato, magrinha, vestida de aeromoça no seu aniversário de cinco anos, com Renato, seus pais e seus avós e outras crianças. Gizelly sorriu ao ver como ela parecia feliz na imagem.

- Acredita que meu Pai nunca ia numa festinha minha? - Disse Gizelly. - Apesar de a família ter dinheiro, não era comum ter festas assim em casa e eu sempre quis. A melhor festa que me recordo, foi feita escondido, com um bolo de padaria que a minha babá comprou, com uns docinhos e refrigerante. Eu, Thaís e os empregados. Cantando parabéns bem baixinho na cozinha para meu pai não ouvir e quando minha mãe insistiu muito em fazer uma festinha mais organizada, ele não foi.

Rafa ficou com certa pena dela. Ainda não sabia muito sobre o passado, mas ela não tinha o que se queixar do seu, especialmente sobre família. Só de ver as imagens conseguia ver o quão à família de Rafa era calorosa.

- Venham! Vamos almoçar!

Chamou a avó da moça, as levando para a mesa. Se tinha uma coisa muito boa em casa de vó, era comida. Gizelly nem sabia o que colocar no prato primeiro. Tentou priorizar as folhas, mas um empadão de palmito estava lhe convidando a come-lo.

- Empadão no almoço não é muito... Fitness. - Afirmou Rafa, vendo-a se servir.

- Fitness. Vocês e essas palavras magrelas! É fitness sim, Princesinha! Deixa a moça comer. Coloque mais, ponha tudo aí... Olha aqui, tem um franguinho que só o meu bem sabe fazer.... Coloque mais minha filha, pode colocar, olha aqui esse arroz... - Falava a avó da moça.

- vóoo, vai deixar minha professora gorda! - Afirmou Rafa, vendo-a colocar mais coisas no prato.

Gizelly sequer falou, o prato parecia uma montanha, mas estava gostoso.

- Tem um pudim de banana da terra que você nunca vai achar em outro lugar! Só aqui!

Afirmou Dona Anastácia, feliz de vê-la enchendo a barriga sem nenhuma cerimônia. Rafa estava amando a interação entre a família e a namorada. Gizelly embarcava nas histórias que o avô dela contava. Como a vez em que pegou uma cobra de três metros no mato na África.