Quando Rafaella acordou, esticou-se inteira, até ouviu os ossos dos dedos dando o sinal da graça. Não foi uma noite totalmente ruim apesar dos acontecimentos. Ao menos duas horas de sono profundo conseguiu aproveitar. Na cozinha o café da manhã estava posto. Uma mesa farta com várias coisas e seus avós a esperando.- Bom dia! Mas que saudade dessa menina que esquece que a gente existe...
O avô da moça ainda não estava cem por cento, mas levantou-se para abraçá-la. Imediatamente perguntou por Gizelly e pelas crianças. A conversa fluía tão doce. Era aconchegante, mas as lembranças ainda vinham como ondas.
No decorrer das horas, ela sabia que precisava ir. Mas estar naquele ambiente totalmente diferente era bom.
"Se veio buscar amor de verdade, aqui tem."
Ninguém ainda sabia de nada.
Já em casa, Gizelly não havia pregado o olho. Naquele dia não foi para a editora e com as crianças na mesa na hora do lanche, via Kelly perguntar:
- Dona Rafa saiu cedo, dona gi?
- Ela não dormiu aqui. - Respondeu.
Ao mesmo tempo, Gizelly dava total atenção aos filhos. Tagarelas, curiosos e bagunceiros com a comida. Pareciam matracas que não se calavam um segundo. Brincando com pedaços de manga e mamão enquanto comiam. Meia hora naquela bagunça e Rafa chegou.
- Mamãe tá aqui! Ahhhhh...
Ela chegou brincando com os três, enchendo-os de carinho e beijinhos. Três pessoinhas que só tinham noção do que era amor. Ela não beijou Gizelly, sequer lhe deu bom dia. A atenção era exclusiva das crianças e Kelly se retirou ao saber que o clima não estava nada bom. Mas Rafa a chamou:
- Kelly!
- Oi dona Rafa. - Kelly voltou apressada.
- Você pode me ajudar se não estiver muito ocupada?
- Posso sim, pode falar.
- Vou fazer uma malinha pra eles. Aí você prepara o leite, as mamadeiras, por favor. Vou passar uns dias fora. Eles vão comigo.
- O quê? - Perguntou Gizelly surpresa.
Kelly saiu rapidinho da vista das duas.
- Não tá falando sério! Vai onde? Quê? - Perguntou Gizelly.
Ela ficou pálida como a parede da sala. Mas Rafa ajeitou os cabelos e respondeu pegando Melissa que chorava.
- Pra casa da vovó! Sair um pouco desse ar, esse meio de mentiras e... Todas essas coisas.
- Isso tá errado, Rafaella! São atitudes desnecessárias, não tem cabimento nenhum. - Retrucou Gizelly, puxando a cadeira para trás e depois para frente.
- Tem sim! E olha lá que você não tem cacife pra falar de atitude desnecessária.
Gizelly levantou-se. Enquanto Rafa piscava olho para Kelly fazer o que havia pedido, depois ela colocou as crianças no chão uma a uma e foi para o quarto. Pegou somente uma mala grande onde foi colocando algumas coisas dos três.
- E vai levar os meus filhos? Os três? - Perguntou a professora.
- São meus também não é? A filha de chocadeira foi eu, não eles. E não vão ficar separados. Aonde um vai, os outros vão também.
Agora as crianças estavam subindo na cama. Brincando aos risinhos, se espalhando enquanto as mães falavam. Rafa colocava as coisas na mala e Gizelly observava atônita.

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The Teacher
Fiksi PenggemarSinopse Gizelly G!P Gizelly Bicalho tem 29 anos é professora, nadadora e escritora, depois de morar 3 anos fora da Brasil, volta para sua cidade natal com a sua namorada, Hariany. Gizelly é amável, inteligente, gosta de artes e viagens. Ela sonha...