Concorrência

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   Mesmo sabendo que daria aula cedo no dia seguinte, Gizelly fez o que havia prometido. Acabou saindo mais tarde, depois de arrumar alguns cartazes que a publicidade havia deixado na área da piscina, várias coisas estavam chegando para o torneio que seria dali alguns dias. O roteiro além da interação entre todas as equipes, ainda contava com algumas competições. Sendo assim, a turma adolescente de Gizelly, disputaria com a turma de Ivy, da forma mais saudável possível. Gizelly também estava bastante empolgada com seus novos seguidores no instagram, apenas seu apartamento lhe trazia certa preocupação.

- Gizelly, ja podemos fechar? - Perguntou o segurança, ao vê-la saindo do vestiário.

- Sim, perdão pela demora. - Respondeu recolhendo sua mochila.

Já havia recebido um lote com mochilas idênticas, para distribuir á seus alunos como brinde em comemoração ao evento, assim como todos os professores.
O segurança a esperou por uns minutos e Rafa ainda estava na sua sala ainda com as luzes acesas, caminhando pela sala, falando ao telefone.

-...Tem certeza Ronaldo?

Perguntou ela, falava com o rapaz que havia saído cedo da academia, para participar de uma reunião com a publicidade e pelo jeito, as noticias não eram boas.

- Não sei porque estou surpresa com isso, esperar o que daquele urubu. Tava demorando...

Ela virou-se, fez sinal para a namorada e o segurança esperarem. Ouviu Ronaldo por mais alguns minutos e desligou o telefone dando um longo suspiro. Os dois que a aguardavam, estavam bastante curiosos para saber o que estava havendo.

- O que foi amor? É... Rafa?

Perguntou Gizelly, ao vê-la agitada pegando sua bolsa e pondo as coisas dentro. Chama-la de amor estava virando hábito, mesmo que o ambiente não pedisse isso.

- Dores de cabeça futuras. Vamos? Amanhã o dia vai ser bem cheio! Tenho certeza.

O segurança não era de perguntar nada, limitou-se a fazer seu trabalho. Olhava o tempo todo um tablet por onde via as câmeras e outros seguranças, olhou os corredores e fechou a sala de Rafa. Desceram trocando amenidades, ela observando os cartazes, enfiada no celular conversando com Ronaldo.
Gizelly estava curiosa ao vê-la acelerada, mas não fez nenhuma pergunta. Quando chegaram ao estacionamento, ela deu o capacete a Rafa, pegou sua bolsa para que pudesse subir antes de indagar:

- Não acha melhor irmos pra casa? Não sei o que houve, mas acho que não tá legal pra sair. É segunda, amanhã tem trabalho.

Talvez fosse melhor, mas não para Rafa.

- Nem pensar! Mais do que nunca preciso de uma bem gelada e pelo jeito terei que me manter bêbada diariamente pra não morrer de ódio.

Gizelly ficou assustada pelo exagero nas palavras, imaginou ser algo assustador, mas Rafa continuou:

- E também, cinquenta e dois seguidores são importantes o bastante para a gente tomar uma cerveja e esquecer um monte de problemas, vamos coloca-los para dormir.

Gizelly sorriu, acariciou a mão de Rafa que envolvia sua cintura, sentindo-a se encostar á seu corpo antes de por o capacete.

- Tá cheirosa, hein... - Disse Rafa, dando um fungado no pescoço da namorada, que a olhava pelo retrovisor.

- Geralmente sou uma mulher cheirosa. Como estou sempre dentro da água, é o mínimo.

- E metida! - Gizelly sorriu outra vez.

- Põe o capacete, amor. Tem a noite inteira pra você me cheirar, sabe que não me importo com o tanto de cheiro que você insiste em me dar. - Afirmou a provocando.

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