O vídeo

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Gizelly pilotava rápido, as ruas não estavam cheias e Rafa a apertava com força, sem capacete, morrendo de medo de cair. Foram quase dez minutos andando correndo pista a fora.

- Rápidoooo! Meu Deus... - Dizia ela, que não sabia se tinha mais medo dos ladrões ou de cair da moto.

   Gizelly apertou ainda mais o passo. Até ver pelo retrovisor que eles estavam um pouco mais perto.
   Para se livrar, Gizelly entrou num beco de uma rua estreita e sem saída. Jogou a moto atrás de uma caçamba de entulhos, deixando-a completamente apagada e viu quando os ladrões passaram direto procurando por elas.
   As duas respiravam tão rápido, que Gizelly praticamente sentia a boca de Rafa em seu pescoço, de tanto que ela estava encostada nela devido o medo.
   Passaram alguns minutos e visto que não vinha ninguém, Rafa percebeu que estava tão junta, e se afastou. Dando pequenos murrinhos nas costas de Gizelly a repreendendo.

- Você é maluca! Só agora me dei conta que ainda não tô morta! Achei que ia quebrar minha cara inteira no asfalto a qualquer momento!

Gizelly virou-se para ela, pouco se importando com aquelas pancadas inofensivas que nem chegavam a doer.

- Eu esperava pelo menos um Muito obrigada! Livrei a senhora daqueles ladrões lá!

No meio do bate boca, ouviram o que parecia uma tosse que vinha de cima. Olharam e viram um idoso sentado numa varanda, com um cigarro, e o senhor afirmou.

- Hummm, Vocês já são o terceiro casal que vem transar no meu beco só essa noite! Mas em cima da moto nunca vi! Podem começar!

   Gizelly deu um sorriso alto e Rafa ficou incrédula ouvindo as palavras do velho pervertido.

-   Fica pra próxima, amigão! - Disse Gizelly, ligando a moto e saindo em seguida.

-   É o fim do mundo mesmo! - Rafa disse, vendo Gizelly ainda achando graça da situação.

Rafa não se calava um segundo enquanto Gizelly ainda pilotava. Falava sem parar da insegurança da cidade e parecia uma matraca. Até perceber que Gizelly a estava levando para um lugar diferente.

-   Pra onde a senhora está indo? - Rafa perguntou apressada.

-   Para a delegacia! Precisa contar o que houve, pegar ao menos um boletim de ocorrência para fazer novos documentos. - Gizelly respondeu.

Rafa pediu para ela parar a moto num canto. Suspirou longamente e disse:

- Preciso ir pra casa. Minha sobrinha está esperando, amanhã resolvo isso!

Gizelly insistiu outra vez para irem a uma delegacia, mas Rafa desceu da moto apressada, caminhando em busca de um ponto de taxi.

- Vai ficar andando sozinha por ai essa hora? Já não basta o que aconteceu?

Rafa revirou os olhos. Não havia nada na rua, e ela andava em busca de algum lugar onde pudesse ao menos ver um taxi.

"Eu não sei como existe uma pessoa assim" pensou Gizelly, mas acabou perguntando:

-   Quer que eu vá fazendo sua escolta? Por que eu poderia ir embora agora mesmo, mas se acontecer alguma coisa vou levar a culpa!

-   Quem vai culpar a senhora, professora? E também não vai acontecer nada! Vão roubar mais o quê?

Ela falava sem parar, até passar um carro por eles, passando vagarosamente por ela e um dos homens que estava dentro falou:

-  Eiiii! Gostosaaaa! Tem espaço pra você aqui!

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