Também é arte

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   Sons de pássaros e folhas de árvores balançando eram as únicas coisas que eram ouvidas por Gizelly enquanto Rafa ainda dormia. Ela havia desfeito as malas, e pedido uma refeição no quarto para quando a namorada acordasse. O chá parecia ter feito um excelente efeito. Rafa dormia de lado, tão relaxada que a alça fina do seu vestido havia saído do lugar, deixando um pouco do seu seio esquerdo á mostra. O sono parecia tão profundo que Gizelly passou inúmeras vezes pela cama, a vendo com a boca entre aberta e os cabelos por cima da testa e dos olhos. Gizelly fez uma foto. Depois ajeitou a roupa da namorada a vendo se virar para o outro lado, descobrindo as pernas.

- Assim fica difícil... Esse bundão na minha cara.

Sussurrou inclinando a cabeça a para o lado, suspirando devagar. Saiu pela varanda do quarto, até a área da piscina, onde o vento com cheiro de mato era ainda mais forte. Um tempo depois, duas batidas leves na porta foram ouvidas por ela e tudo que havia pedido para comer com a namorada estava num carrinho colocado sem que quem deixou fosse visto. Um mix de frutas tropicais, flores comestíveis e frios diversos. Um charme em cada centímetro da bandeja. O relógio já marcava quase onze horas. Meio boba, ela deitou-se ao lado da namorada que sorriu ao sentir ao mãos em suas coxas.

- Tô me sentindo igual aquelas rainhas do Egito sendo carregada naqueles sofás por um monte de súditos e comendo uva no cacho... Que sono maravilhoso! Sonhei com isso, acredita?

Rafa nem abriu os olhos, virou-se para a namorada que a encarava e respondeu:

- Só eu serve? Dou um jeito de carregar você mesmo sem sofá!

Um sorriso com direito á covinhas veio imediatamente, com olhos inchados e um olhar malicioso de Gizelly.

- Nunca vi tão gostosa!

- Jura?

As pernas de Rafa passavam pelas dela, e a mão espalmada se encaminhava para dar um bom dia a um local especial do corpo da professora.

- Bom dia para a parte de você que mais amo!

Gizelly se contorceu com um gemido. Mordeu o lábio inferior e ficou com ciúmes de si mesma.

- Só isso que importa? Eu sou romântica! Pedi um café de rainha para você e só isso merece atenção?

Rafa sorriu como nunca, lhe deu um abraço e brincou:

- Fofinha demais minha bebê, com ciuminho dessa coisa gostosa que você mesma é dona, não entendo.

- Que safadeza...

- Foi o chá! - Disse Rafa, tirando a mão.

Agora Gizelly quem estava arrependida.

- Quem tá com ciúme? Tem safadeza nenhuma... Tava brincando, pega onde você quer, quem sou eu pra impedir.

Rafa sentou na cama, esticou a mão até alcançar um cachinho de uva na badeja de onde comeu só uma. Sentir fome tinha dois sentidos.

- Me beija!

Pediu Rafa propositalmente singela, meiga e inocente como uma flor. Gizelly prontamente voou sobre a moça. A alça do vestido que colocou no lugar antes, agora vinham emaranhadas em seus dedos. Enquanto ao mesmo tempo, tentava tirar todos aqueles lençóis do caminho.

- Esse chá é afrodisíaco, meio psicodélico, tive sonhos maravilhosos com a gente...

As frases de Rafa saiam presas entre sua boca e a de Gizelly, que ouvia as palavras entre risinhos que faziam os dentes se tocarem eventualmente.

- Mesmo? Que gostoso, não era minha intensão. Seria só um chá inocente, seu corpo é tão especial que escolheu o efeito que queria.

O colchão de molas excessivamente fofo as faziam pensar que estavam numa cama elástica. Os corpos se tocando entre roupas e carinhos.

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