Prazer em conhecê-los!

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   Não era somente Gizelly, Rafa, Paulinho e Ronaldo que estavam indo para o meio do mato. O pessoal estava empolgado. A lagoa onde Ronaldo estava fazendo a festinha com Paulinho estava estrategicamente iluminada, mas Rafa não parecia muito familiarizada com os insetos.

- Meu histórico com insetos não é dos melhores. O Ronaldo deve ter sido uma árvore na outra vida, por que todas as vezes que viemos pra cá, ele se enfia por aqui e não quer mais sair. - Disse Rafa.

Ela começava a estapear o vento, com uma lanterna enorme fazendo careta. Além deles outras pessoas começavam a andar, mas somente ela falava pelos cotovelos.

- Se tiver uma cobra enorme no meio desse mato, bem revoltada pondo o povo pra correr eu vou achar é graça. Os bichinhos estão na paz da noite e vem um bando de humanos que não tem o que fazer incomodar...

Falou bastante, até perceber que estava ficando pra traz, do tanto que olhava distraída para os lados.

- GIZELLY? GIZEEEELLYY! - Chamou, mas não ouviu a voz da namorada.- RONALDO? PAULINHOOO? Meu Deus! GENTE, ONDE CÊS TÃO?

Ela começou a ficar apavorada e piorou um pouco quando ouviu uns sapos coaxando e o barulho parecia bem próximo, era o suficiente para ela começar a xingar.

- RONALDO SEU FILHO DA MÃE! REZA PRA EU SAIR DAQUI MORTA, PORQUE SE FOR VIVA, MATO VOCÊ! VOCÊ PROFESSORA, ACHO BOM NEM OLHAR PRA MINHA CARA POR UM BOM TEMPO!

Depois ela conseguiu ouvir uns sorrisinhos de Gizelly, ela estava atrás de uma árvore, a puxou pela mão, mas Rafa a deixou cega pondo a luz da lanterna bem na sua cara.

- Medrosa! Toda brava e morrendo de medo de uns sapinhos no mato.

Rafa a empurrou, mas estava aliviada por vê-la. Recebeu um abraço, mas recusou de propósito.

- Palhaça! Quantos anos você tem? Doze? Se escondendo atrás da árvore pra me matar de susto.

Gizelly a abraçou, lhe dando uns beijinhos mesmo contra sua vontade. Estava sorridente e disse:

- Precisa confiar em mim! Vou vendar seus olhos.

- Vai vendar meus olhos e me fazer subir numa árvore aposto. Nem pensar!

- Exagerada! Sem subir em árvores, prometo.

Rafa ficou desconfiada, fez um bico a olhando e não parava de falar um segundo.

- Olha só, não me joga na água, morro de medo de nadar a noite nesse lago. Têm cobras eu acho. Cheio de mato e peixe passando pelas minhas pernas.

Enquanto ela falava, Gizelly a virou em sua frente, deu um beijinho em seu ombro, tapando os olhos da moça com as mãos e a guiando.

- Confia em mim! Não tem nada disso, é a coisa mais boba do mundo, só pra mim e você. Enquanto as pessoas se divertem mais pra lá.

Aos poucos ela conseguia ouvir um som de música romântica tocando, parecia uma daquelas internacionais dos anos oitenta. Ronaldo acendeu os faróis da picape da academia, a única coisa que clareava naquele momento. Gizelly tirou as mãos dos olhos de Rafa, exibindo um piquenique noturno na beira do lago, com tudo que tinha direito. Toalha quadriculada no chão, flores, cesta com petiscos, frutas, bebidas e água.

- TCHARAMMM!

Falou Gizelly, abrindo os braços, olhando a cara de Rafa. Gizelly não estava esperando nada demais de Rafa, ao menos já sabia um pouco quem ela era.

- Não, não tô esperando você chorar de emoção e dizer: "Ainn amor, que fofo, que coisa mais romântica, isso é perfeito!" Não senhora, sei que seu pensamento agora é: "Meu Deus que cafona! Quem faz uma coisa dessas em pleno século XXI. Com toalha quadriculada e música brega? Socorro..."

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