Eu vou conseguir dessa vez!

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   O dia do torneio estava se aproximando cada vez mais. Rafa também se preparava para se ocupar, nas semanas seguintes após o torneio, teria uma grande festa para promover e com certeza dias de muito cansaço estavam chegando.
A coisa só não estava muito boa para Gizelly. No dia seguinte, foi dar aula exausta, pediu para Kelly preparar um café enorme e nem comeu. Não conseguiu esperar Rafa ou se atrasaria na escola.

- ...A mulher vai sumir desse jeito, dona Rafa. Desde que veio pra cá só vive assim caindo de sono. O que a senhora anda fazendo com ela? - Perguntou Kelly.

Rafa sorriu de lado, mas sabia que Kelly tinha razão. Andava falando de mais e tomando o tempo que Gizelly precisava para descansar, mas ficava acordada por pura gentileza.

- Não tô fazendo nada, criatura. A gente fica conversando... Quando não é isso ela fica escrevendo e esquece o tempo, mas vou ficar quieta e deixar pra lá.

Kelly deu um sorrisinho de lado, não sem antes perguntar:

- Dona Rafa, a lavanderia deixou as toalhas não tem nem dois dias e já estão pra lavar outra vez? O que houve, não estavam boas?

Ela lembrou-se das peripécias no banheiro, tomou um gole rápido de café, pegando a bolsa.

- Kellynha, você não sabe o que aconteceu... Foi um acidente, tropecei quando estava saindo da banheira, aí caiu tudo, molhou tudo, misturou com espuma de banho, mas você liga pra eles e pede pra lavar de novo que da próxima vez eu prometo que tomo mais cuidado.

Kelly olhou de lado, via a cara cínica da moça quase levando o copo de café embora, parecia uma criança travessa fugindo da mãe e quase morre de susto ao ser chamada quando já estava próxima da porta.

- DONA RAFAELLAAA! O lanche, dona Gizelly esqueceu.

Kelly todas as manhãs fazia um sanduíche para Gizelly, mas com pressa, acabou não levando. Rafa pensou por uns instantes, pegou o potinho colorido e disse:

- Pode deixar que eu levo.

- Agora a senhora fala pra ela trazer meus potes.

Rafa sorriu, colocou o lanche na mochila e saiu, ela esperou um uber na frente da portaria, já que o trânsito não estava dos melhores.

O som de buzinas e a demora até chegar ao escritório da sua empresa de eventos a deixavam agitada e piorava com o pessoal da publicidade falando sem parar se justificando pelo atraso da gráfica em entregar o restante do material do torneio, o dia seria agitado.

Depois de resolver quase no grito as coisas que queria, olhou o relógio e quase as nove e meia, pensou em ir à escola. Ficou na frente do prédio esperando para ver se faria isso mesmo e acabou fazendo. A desculpa era levar o lanche que Kelly havia feito com carinho e ela tinha esquecido. Ás dez da manhã, as crianças saíam para o recreio, Gizelly tinha quarenta minutos livres. Rafa nunca havia ido à escola naquele horário. Perdia de vista quantas crianças correndo pelo pátio sendo assistidas por recreadores e logo viu Sofia correndo, se justificando antes de tudo.

- Eu não fiz nada, tia! Foi a diretora que ligou? Dessa vez eu só puxei o cabelo da Sabrina por que ela me empurrou!

Ela nem tinha como saber o que a sobrinha estava falando, mas a repreendeu mesmo assim.

- Que bonito! Então é assim que resolve as coisas? Puxando os cabelos dos outros? Não sei a quem você puxou encrenqueira desse jeito. - Soso ficou séria.

- Foi de leve... Achei que ninguém tinha visto.

O olhar repreensivo da tia foi interrompido pela recreadora.

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